30 de abril de 2017

Caravana de Artesania começou em abril, em Carbonita


Com o patrocínio da ArcelorMittal BioFlorestas por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, começou em abril as atividades do projeto cultural “Caravana de Artesania”. O projeto integra o Programa BioFlorestas em Cena e irá promover oficinas, encontros e apresentações de artes cênicas (teatro e circo) nas cidades de Carbonita e Senador Modestino Gonçalves, com o objetivo de gerar sensibilização, capacitação, intercâmbio e fruição artística. 


A primeira ação foi em Carbonita, no período de 20 a 29 de abril. Foi realizada uma Oficina de Teatro, coordenada por Dimir Viana, diretor teatral, dramaturgo e mestre em Educação pela UFMG e com a colaboração de Júnia Bessa, atriz e integrante da Associação Pano de Roda. 


Todo início é uma novidade. Chegamos num momento em que a Prefeitura estava envolvida com a produção do CarboArte, os estudantes (potenciais participantes da oficina) estavam às voltas com as provas finais de semestre e a casa onde nossa equipe se hospedaria estava sendo montada. Foram alguns desafios que, aos poucos, conseguimos superar.

Junto com funcionário da Prefeitura, visitamos diversas salas do ensino médio convidando os estudantes para participar das atividades.



E então os participantes da oficina foram chegando, ficando e firmando compromissos... 
Algumas pessoas, como a Janaína e o Renan, estiveram todos os dias. Mesmo morando longe, Janaína foi pontual, chegando cedo todos os dias. 

Os encontros aconteceram no Centro Cultural Professora Helena Leite e dialogaram com a programação do CarboArte, festival promovido pela Prefeitura de Carbonita. Participaram da oficina artistas, estudantes, educadores e pessoas interessadas, de diversas idades e realidades sociais.



Durante a oficina, trabalhamos versos do Jequitinhonha coletados por Frei Xico, pesquisador da cultura popular brasileira, além da criação de versos autorais durante a oficina. O resultado foi a intervenção poética-musical "Rimas do Amor" apresentada em três ocasiões, para pessoas de todas as idades e realidades sociais. 






Durante a oficina, Dimir orientou o exercício "Um, dois, três de Bradfort", uma das técnicas desenvolvidas pelo Teatro do Oprimido. É assim: 
Começa em duplas, face a face. 
1ª parte: os dois atores de cada dupla contam até três, em voz alta, alternadamente: o primeiro ator dirá “1”; o segundo, “2”; o primeiro, “3”; o segundo, “1”; o primeiro, “2”; e assim por diante. Devem tentar contar o mais rápido possível.
2ª parte: Em vez de dizer “1” o primeiro ator passará a fazer um som e um gesto rítmicos, e nenhum dos dois dirá mais a palavra “1”, que se transformará em um movimento rítmico e um som, inventados pelo primeiro ator. O primeiro ator fará um som e um gesto, o segundo dirá “2”, o primeiro dirá “3”, o segundo fará o som e o gesto criados pelo primeiro, e assim por diante.
3ª parte: agora, além de um som e de um movimento entrarem no lugar do “1”, o segundo ator inventará outro som e outro movimento para ser feito toda vez que se for falar o “2”. A dupla jogará por alguns minutos tentando ser o mais dinâmico possível.
4ª parte: um dos dois atores substituirá o “3” por outro gesto e outro som. Então teremos um tipo de dança somente com os sons e movimentos rítmicos sem nenhum som e nenhuma palavra.
Questões em roda: Como foi a experiência do jogo? É mais difícil contar em números ou em coreografias? Que elementos cênicos esse jogo nos proporciona?

Também iniciamos em abril uma pesquisa sobre a cultura popular do Vale do Jequitinhonha, através de levantamento de contatos e informações sobre artistas e grupos, festas e eventos cíclicos, lugares, costumes e lendas. Assim, conhecemos a Osmareth, escritora de peças teatrais e um grupo de cantadoras ligado a Elisângela (gravamos um vídeo com o trio cantando). Também ficamos sabendo da Folia de Reis e outras festas tradicionais da região.

 Para experimentar as cenas no espaço público, um ensaio aberto foi feito no espaço da rodoviária. Superando a timidez, os participantes cantaram e soltaram versos em público, demonstrando bom desenvolvendo da expressão cênica.




No dia 28 de abril (sexta), os artistas embarcaram para o bairro dos Leites.


"Cidadão me dê licença para entrar neste salão,
Com meu chapéu na cabeça, com minha viola na mão."



"E também peço licença ao Deus, do mundo o criador,
para em versos do Jequitinhonha, exaltar o vosso amor."










Neste mesmo dia, seguimos para o bairro Simão levando nossas músicas e versos para o encontro com o público.


"Neste mundo de meu Deus, tem fogo, tem labareda
Tem gente que até seca as águas da linda vereda"



No calor da apresentação, surgiram até alguns versos rimados de improviso.



"Do céu eu quero uma estrela, do campo eu quero uma flor.
E da terra eu quero você, para ser o meu amor."  




"Subi no pé da roseira, para ver se te avistava.
Cada rosa que se abria, cada suspiro que eu dava."



"Menina você não casa, casamento é barafunda.
Sobe morro e desce morro com a trouxa na cacunda."




"Do céu eu quero uma estrela, do campo eu quero uma flor.
E da terra eu quero você, para ser o meu amor."





No dia seguinte, 29 de abril (sábado), apresentamos no Centro dentro da programação do CarboArte. Nossa equipe de produção começou a ser formada e o festival chegou trazendo alegria e clima cultural na cidade.

A estas alturas, cada um foi aprendendo a fazer sua própria maquiagem.


E lá fomos nós, pelas ruas do centro, convidando as pessoas para nossa apresentação.




Para jogar nossos versos, escolhemos o espaço do teatro de arena, um local acolhedor e bem visível, ao lado do palco principal do evento.


"O cheiro da rosa branca se espalhou pela cidade.
Para todos eu desejo saúde e felicidade."


"Adeus carinha de rosa, claros dentes de marfim.
Você anda o mundo inteiro e não se esquece de mim."


"Lá vai a cantoria 
Para desembolar
Os versos do amor
Amor, amor, amor que eu quero dar"

Através do CarboArte, conhecemos também: brincadeira tradicional de bambu apresentada por estudantes, dança de trespassar apresentada por grupo de Mercadinho, grupo Feliz Idade, grupo de teatro de cidade vizinha e dupla de palhaços Frajola e Mariola.

E assim finalizamos nossa Caravana, onde conhecemos muitas pessoas e lugares... entramos em contato com a cultura do Vale do Jequitinhonha e vivenciamos bons momentos de troca, emoção e aprendizado.


Ao final da oficina, recebemos uma carta de uma participante:
"Difícil  transmitir com palavras o que sinto...  (...) As coisas boas que passamos ficaram na memória. Agradeço tudo que fizeram por nós e outras coisas que aprendi com vocês. E mais uma vez obrigada!" Janaína Robeiro, estudante, 15 anos aprox.

O projeto Caravana de Artesania faz parte do programa BioFlorestas em Cena da empresa ArcelorMittal BioFlorestas. Está sendo realizado pela Associação Pano de Roda, que se dedica à capacitação, ao intercâmbio e à fruição artística na área de artes cênicas (teatro e circo) a partir dos princípios da colaboração, da dedicação artística e da busca pela justiça social. Criada em 2003, a associação tem trabalhado de forma continuada em Belo Horizonte e cidades do interior de Minas Gerais e, eventualmente, em outros estados e países. Com o patrocínio da ArcelorMittal, desenvolveu um importante trabalho na região centro oeste mineira, de 2011 a 2016, formando diversos grupos de estudos cênicos e agora inicia um novo ciclo na região do Vale do Jequitinhonha. 

Clipping:
Matéria Prefeitura - ensaio
Matéria Prefeitura - Apresentação (gravação ao vivo)
Álbum de fotos completo no Facebook


Balanço de Abril - 2017
Projeto Caravana de Artesania - Associação Pano de Roda
Cidade: Carbonita, MG (Vale do Jequitinhonha)
Atividades e abrangência:
20 a 29/04 - Oficina de Teatro - 22 participantes
28/04 Intervenção artística no bairro dos Leites - 40 espectadores
28/04 Intervenção artística no bairro Simão - 60 espectadores
29/04 Intervenção artística no Centro (CarboArte) - 200 espectadores