12 de fevereiro de 2013

Caravana de Artesania em Juiz de Fora e região - Reflexões

Compartilho aqui o relato-reflexão sobre a viagem a Tebas, feito por Cícero Silva que é além de ser o palhaço Titetê é também diretor teatral e filósofo. Voilà!

Caravana de Artesania 
Diário de Bordo

06/02/2013, quarta 
Após seis horas em viagem que separa BH de JF, onde fui recebido com sorrisos por Cris Pena e Júnia Bessa, me juntei à Caravana que levantava voo da Escola de Circo do Jamelão situada num bairro da periferia daquela cidade. 

Tomamos o rumo de Bicas. Na vã, uma Peugeot Boxer, Cris Pena, na pilota, Júnia Bessa, de copiloto e os tripulantes Poliana Reis, Thiago Dorneles e Cícero, quem lhes escreve. Pouco mais de uma hora após nossa partida numa linda estrada com paisagem esverdejante chegamos a Tebas onde fomos recebidos com carinho pela família de Poli. Uma recepção calorosa cheia de boas vindas, café adoçado, tradição do interior das Gerais e broa de milho
"solada". Para quem não sabe o que vem a ser solada, trata-se de uma expressão para indicar que o bolo, a broa no caso, passou um pouco do ponto, perdendo a sua fofura. Estava uma delícia. Comemos tudo e nos alojamos. Só alegria.

Saímos para um reconhecimento (treinamento) em espaço público. Uma linda praça com coreto e quadra de futebol nos esperava. Uma estrutura criada a partir de um carrinho de malas metálico com duas rodinhas, já velho conhecido, duas bandeiras, uma amarela e uma vermelha em cetim brilhante, uma mala e uma pequena valise de couro estandartizou elegantemente o espaço agora cênico.

Cristiano, Júnia, Poli, Thiago e eu nos aquecemos. Enquanto isso olhos curiosos e receptivos nos seguiam. Adolescentes que ali jogavam bola se aproximaram para saber quem eram aqueles intrusos. Thiago e Poli treinando equilíbrio em pernas de pau, Cris em bases acrobáticas e claves de malabares, alternava seu treinamento pessoal, ora orientando Thiago, ora Poli. Júnia com seus bambolês e com Pena de partner, entre bases acrobáticas solo e em
dupla. Eu (“encantador de crianças”, título imputado por Joel), com minhas flautas fazendo o que talvez seja minha maior habilidade, relacionar com as pessoas, mais especificamente com um grupo de adolescentes primeiro e depois, de crianças que surgiam ávidas de todos os cantos, perguntando por tendas e por palhaços. Era a certeza eminente de que o circo, o teatro, chegara à cidade. A arte invadindo a pequenina Tebas. Depois de passar por vários municípios, numa viagem que teve início em 29 de janeiro de 2013. Nosso treinamento durou aproximadamente duas horas que passaram como um piscar de olhos. O grupo de crianças dançou, fez pontes e massagens coletivas, orientados ora por mim, Poli e Júnia.



Ainda nos reunimos ao cair da noite naquela praça com crianças apinhadas numa moita de arecas atrás de nós para planejar o dia seguinte. Um cortejo fanfalhático pela manhã, entre 9h30m e 11h; uma improvisação nem tanto improvisada de “A Casa Bem Assombrada” à tarde. Agora já em casa é comer, interagir um pouco com nossos anfitriões e aguardar a chegada da manhã para mais um dia, o meu segundo dia, nessa bem aventurada Caravana de
Artesania.

Dentre tantas poiesys, afinal estamos em Tebas, uma bela frase soprada pelo irmão de Poli a respeito de nosso cortejo de amanhã quando disse levar meia hora para atravessar a cidade, Cris disse, só que palhaço demora! E demora porque joga, relaciona, interage. 
Daí nos disse Joel:
- ”Ah sei, a cada passo uma brincadeira”.
E ainda agora, enquanto escrevo este breve relato, ouço Joel dizer do alto de seus 1,80 metros:
- “Ah mãe, e pensar que eu nunca sentei naquela praça!”
Ai, ai, ai, quanta emoção! E amanhã tem mais!

07/02/2013, quinta de manhã
E amanhã já hoje, dia 07/02/2013, aqui em Tebas-MG. Saiu a Fanfalhaça tocando pelas ruas da cidade. Tchano, Biju, Ricota, Chaveirinho e Titetê. Olhos brilhantes de todas as idades sorriam à nossa passagem. Um curto itinerário com momentos de palhaçada, poesia, malabarismo e magia. Se você quiser encapar seu celular ou câmera fotográfica com um balão, pergunte ao Chaveirinho; Se você quiser dar vida a uma flor artificial, pergunte à Ricota; agora se o assunto é poesia, pergunte pra Biju; texto improvisado, bem passado ou ao ponto, não adie para outro ano, pergunte para o Tchano; assim falou o Titetê, somente para você. Criançada de todas as idades com muito riso frouxe e disponibilidade para a graça do palhaço.

Nossa caminhada começou na varanda da casa de Poli e acabou na Praça, ao lado do coreto. “A mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores, o mesmo jardim.” Muitos rostos já nossos conhecidos e novos até então desconhecidos. Um convite para apresentação na Escola Estadual da cidade, uma breve conversa sobre as impressões de cada um, uma declaração de amizade, de um casal que passou pela garagem e nos deu parabéns pelo trabalho desejando que Deus nos ilumine, Com eterna gratidão encaramos um delicioso almoço, que teve seu início às 04 horas da manhã. Gratidão especial e eterna a Ana Lúcia, mãe de Poli, quem de tudo cuidou.



07/02/13, quinta de tarde
Praça da cidade de Tebas-MG. 16 horas.
“O Teatro é uma magia sem nenhum mistério.” (Amir Haddad)

Após uma análise minuciosa de vários aspectos sobre o espaço e sua utilização cênica traçamos um esboço para nosso roteiro de “Uma Casa Bem Assombrado”. Dentre os aspectos abordados levantamos a importância do respeito e cuidado com o aspecto paisagístico, gramados e plantas e sua conservação. A limpeza do espaço tanto para cuidar como para evitar acidentes do elenco, principalmente porque há equilibrismo em perna-de-pau e acrobacia de solo. A posição do sol sempre dando a sombra para o público. Os elementos arquitetônicos que podem ser aproveitados para a cenografia, planos de fuga e o cuidado para não competirmos com elementos da natureza que sempre chamam mais atenção e encantam que as imagens que nós atores produzimos. Um bom exemplo é ter o mar como fundo, é difícil competir com a linha do horizonte. Após uma discussão sobre aspectos gerais afunilamos a conversa buscando as relações entre os aspectos gerais e os específicos, no caso relacionando com o roteiro, a temática de nossa apresentação. Assim o objetivo era aproveitar o que a praça oferecia para compor elementos cenográficos. Era impossível desconsiderar o coreto central e seu imponente telhado que nos remetido diretamente para a ideia de casa. Esse bate-papo durou uns 50 minutos ou um pouco mais. Júnia disse ter se inspirado com as questões levantadas e que já observava a praça de maneira diferente. Partimos para uma conversa com intuito de amarrar o roteiro. A partir do que já havia de vivência de outras apresentações e de novas sugestões. Havia claro para o grupo a necessidade de inclusão dos dois novos participantes, Cícero e Thiago. Roteiro definido fomos para a montagem de nosso cenário, adereços e técnica, no aso o equipamento de som, ligado a um notebook. Instalamos uma cortina utilizando a própria estrutura do coreto. Demarcamos o espaço cênico, nosso picadeiro com um tapete redondo de lona. Nisso o público já se dispunha nos bancos da praça e um grupo de crianças que já vinha nos acompanhando desde ontem se sentou ao chão. Muitas pessoas espalhadas pela praça, umas próximas outra nem tanto mas era possível sentir um elo de cumplicidade entre nós.



Uma experiência de circo teatro. A figura do palhaço, técnicas de malabarismo, acrobacia, equilibrismo e magia. As máscara inspiradas na Comédia Dell’Arte numa encenação sem palavras. Com som mecânico ao fundo fizemos nosso ensaio aberto frente ao público que se manteve atento e presente até o final. 

Dois palhaços arrumam a casa para um proprietário solitário que se arruma em busca de uma companhia. Ele enxota seus empregados atrapalhados que revelam numa fotografia sua animalidade. Um mágico pintor o retrato humano embora ele não aceite sua condição. Condição esta facilmente aceita por uma boneca que num passe de mágica se humaniza na figura de uma bailarina. Dança a canção. A segurança se atrapalha entre um e outro tropeço, magia, rodas que giram enquanto a lusitana roda, os bambolês encantam, contornam corpos voláteis numa hipnose coletiva. A autoridade solitária diz não. O jogo absurdo dos que dizem sim apesar de tantos não assusta e transforma em Bem aquilo que em mau se manifesta. O poder se enfeita e transforma. O humano vence a peleja e a vontade do público é satisfeita. Os aplausos para aquilo que era apenas um ensaio confirma esta vitória. O riacho quer seguir seu fluxo como riacho, sem ter que se transformar em rio para se sentir pleno e potente. Um retorno às raízes do Teatro de Rua, longe da sina da espetacularização.

08/02/13, sexta de manhã
A Fanfalhaça chegou na escola onde Poli estudou. Fomos recebidos pela Tia Marcinha, professora de Poli em anos idos. Preparamos o espaço para uma apresentação para crianças, alguns pais e poucos funcionários da pequena escola. Seguimos um roteiro amarrado em pouco tempo, logo após o café da manhã. Para uma platéia participativa nos colocamos a tocar. Serpenteia daqui, serpenteia aculá, o que era uma linha reta e curta tornou-se um caminho distante como se não chegar ao espaço cênico traçado fosse, e não é que era, nossa grande atração, percorrer o caminho. Tchano nos apresentou, se apresentou e Chaveirinho deu a deixa para Titetê com sua máquina fotográfica. Ricota encantou com sua flor, Chaveirinho interagiu convidando duas crianças como voluntárias para seus números de mágica, Tchano dando ritmo e dinâmica cuidava dos entreatos com carinho, Biju com seus bambolês tirou suspiros e desejos de arte na criançada. A rotina dos quatro banquinhos fechou nossa modesta, porém grandiosa apresentação. Mais uma vez Tchano, o gentleman, ofereceu-nos bancos para sentar preparando a rotina que terminaria com a participação de quatro crianças da platéia. Sob calorosos aplausos chegamos ao fim num belo cortejo pelo pátio da escola seguidos pelos alunos e uma sessão de fotos para guardar de lembrança, na memória muito afeto e carinho de todos aqueles olhares vivos de sorrisos banguelas daqueles que estão em fase de troca de dentes, os de leite por outros definitivos que ainda estão por vir. A Fanfalhaça tocou mais uma vez! Agora, depois da canjiquinha com linguiça que nem todos comeram, um segundo tempo de almoço para um segundo ensaio de “A Casa Bem Assombrada”. Vamos almoçar? Estão servidos?

08/02/13, sexta de tarde
Após uma cesta horizontal fomos para a praça. Roda de conversa com observações colhidas no ensaio de ontem. Preparativos necessários para iniciar nosso segundo e derradeiro ensaio. Alguns acréscimos de adereços e necessidades das cenas. Tudo transcorria bem até que aconteceu um corte na energia elétrica, como “Uma Casa Bem Assombrada” depende do som
mecânico, a encenação é muda, não há falas, todas as cenas são calçadas por músicas de fundo. Isso é uma questão que sempre deparamos quando dependemos de recursos técnicos externos, recursos que vão além do trabalho dos atores. Principalmente se tratando de teatro de rua, que dependemos de luz de terceiros ou iluminação pública das praças. Ainda bem que era um ensaio e resolvemos o problema além de nos precavermos caso ocorra o mesmo amanhã. O público da mesma maneira, receptivo e presente. Foi só o sol abaixar um pouco mais e lá estavam as pessoas querendo nos assistir. Um carro de som nas alturas na hora da gente começar. Coisa muito comum nas cidades brasileiras, carros com equipamentos de som tão potentes, de dar inveja em muitas trupes e grupos de teatro que lutam pela aquisição de um sonzinho. Cris solicitou ao proprietário do carro que abaixasse um pouco o som durante o período de ensaio e gentilmente o possante som foi desligado. Uma gentileza urbana rara de ser vista nos tempos atuais. Em meio a alguns tropeços o ensaio transcorreu, ficamos contentes e certos de que precisamos apertar alguns parafusos para nossa apresentação de amanhã. Que venha o derradeiro dia.

09/02/2013, sábado
Café da manhã. Uma conversa sobre princípios, a cena, o palhaço, a verdade na cena, a mentira e a invenção, o palhaço não mente, inventa. A diversão e o prazer de estar em cena. Passar em pratos limpos para confirmar as certezas. O olho no olho, a confiança e compromisso. Almoço compartilhado, feito a monte mãos, imaginem o tanto de dedos e bedelhos! Chegamos na praça as 15h30m para a apresentação de “Uma Casa Bem Assombrada”, às 18 horas. Cenário preparado, aquecimento concluído e começou a chegar o público; era fácil percebê-los, com seus figurinos de público, bem vestidos, elegantes para nos assistir com nossos figurinos também elegantes.

Tudo na mais perfeita harmonia. Tempos precisos sem buracos ou barrigas, concluímos satisfeitos com nossa atuação. Pelo pulsar do público, pelos aplausos espontâneos e muitas vezes em cena aberta, a certeza de sua satisfação. FIM escreve o mágico num tecido ora branco. Um suspiro de lamento ouve-se vindo da platéia. A confirmação de que compartilhamos momentos de graça, beleza, encanto e poesia. Emoções fortes num processo
de convergência, quando dois ou mais olhares se focam num mesmo plano. Fotos para lembrar o que jamais será esquecido por nossa memória afetiva. Comentários e congratulações. “Nossa, como eles são organizados! Vem uma coisa depois da outra.” “Gratidão eterna, aqui em Tebas nunca teve nada parecido.” “Voltem sempre, minha casa estará de portas abertas!” liquida a fatura, citando um clássico do teatro contemporâneo.
O fato é que deixamos para trás lembranças de olhares que se cruzam e amigos, muitos amigos. Além de selarmos nossa própria irmandade, sem prazo de validade.

Estrada, entre montes, vales e rios, 10/02/2013, 08h40

Cícero Silva.

11 de fevereiro de 2013

Caravana de Artesania em Juiz de Fora e região (3.º ano)


E a Caravana retoma suas viagens em 2013!!!
Durante o período de 29/01 a 10/02 circulamos na região mineira da Zona da Mata, visitando as cidades de Cajuri, Viçosa, Lima Duarte, Juiz de Fora e Tebas (distrito de Leopoldina).

Participaram desta viagem os artistas: Cristiano Pena, Cícero Silva, Júnia Bessa, Mônica Andrade, Poliana Reis, Rosana Ferreira e Thiago Dornellas.

Foram muitos encontros, trocas, sentimentos e transformações...!


A viagem foi longa...

Chegamos em Viçosa no dia 29/o1 (terça). Fomos recebidos pela Rosângela, integrante do Ponto de Cultura Palmeira Pequenina com o qual estabelecemos uma parceria. Ficamos hospedados na Universidade de Viçosa. Fomos recebidos com atenção e cuidado pelas equipes do Ponto e da Universidade. 


No mesmo dia, fomos para Cajuri, onde é a sede do Ponto de Cultura. Orientamos uma vivências teatrais com crianças e adolescentes, Centro Esportivo Elmiro Miranda.





No dia seguinte, 30/01 (quarta), fizemos uma intervenção cênica no teatro de arena da biblioteca da Universidade Federal de Viçosa. Experimentamos um roteiro, batizado de "Conversa das Águas", iniciado em Belo Horizonte com o projeto Rua de Artesania. Figuras e panos coloridos ganharam vida nas peles e almas dos artistas cênicos, se derramando pela rua e arena da universidade. A recepção nos surpreendeu! Apesar da chuva, os estudantes acompanharam toda a apresentação. Alguns vieram nos parabenizar e saber mais sobre a proposta da ação.



 No mesmo dia, voltamos em Cajuri para dialogar com crianças e adolescentes relacionados ao público alvo do Ponto de Cultura Palmeira Pequenina. Eles toparam apresentar conosco,  circulando pelas ruas da região com uma intervenção que saiu do Centro Comunitário Vila Miranda (sede do Ponto de Cultura).  Com flexibilidade e muita garra, para driblar a chuva e falta de energia do som, apresentamos cenas, tocamos marchinhas e entoamos canções. Foi muito bacana.





O dia 31/01 (quinta) ficou reservado para reflexões, troca de informações entre os Pontos e viagem para Lima Duarte. Nesta linda cidade, próxima ao Parque do Ibitipoca, ficamos hospedados na sede da Cia de Dança Garotas Country Show. Visitamos o grupo no ano passado, após um convite que recebemos numa apresentação que fizemos no parque em Juiz de Fora. Estabelecemos trocas artísticas e comunicação via internet desde então. Foi com muita alegria que re-encontramos Carlos, Cíntia e toda a trupe de dançarinos(as).


No dia 01/02 (sexta) conseguimos mobilizar o Secretário de Cultura de Lima Duarte e a Primeira Dama (esposa do prefeito) para visitar a sede da Cia de Dança que, pela primeira vez, recebeu representantes do poder público. Eles foram recebidos pela Fanfalhaça e integrantes da Cia de Dança. Carlos e Cíntia mostraram os ambientes, falaram sobre a história da Cia de Dança. O Secretário falou sobre sua recém chegada na prefeitura e visitas a alguns eventos culturais. Nós falamos sobre a pauta política da cultura (Pontos de Cultura, Sistema Nacional de Cultura, Plano Nacional de Cultura), formas de viabilizar ações e projetos culturais, etc. Propomos organizar um encontro sobre gestão cultural, convidando todos os agentes culturais da cidade.


À tarde, orientamos vivências circenses: acrobacia e bambolê. Ficamos sabendo que as acrobacias que ensinamos no ano passado entraram para as coreografias da Cia, gerando belos momentos em suas apresentações. 


À noite, fizemos uma apresentação teatral na sede da Cia de Dança. Integrantes da cia participaram da apresentação, que teve convocatória de público, poesia, magia, dança, bambolês, máscaras e músicas.




No dia 02/02 (sábado) apresentamos no centro da cidade. Uma intervenção cênica-musical e palhacesca, com participação dos integrantes da Cia. Foi uma novidade para a comunidade que viu a "banda passar" com surpresa e atenção.





De tarde, um bate papo com Carlos e Cíntia sobre sustentabilidade e planejamento de ações culturais. A vontade dos coordenadores da Cia é ampliar suas atividades, atendendo mais crianças e convidando outras artes como a música. Os desafios são grandes, por isso o trabalho colaborativo é muito necessário. Para relaxar, malabares com bolinhas! Quem sabe essa técnica entra também para a apresentação da Cia?


No dia seguinte, fomos para Juiz de Fora. O destino? Circo Escola Carequinha, coordenado pelos palhaços Jamelão (Dolor) e Melancia (Sandra). Conhecemos o casal de mestres há tempos (desde 2007, aproximadamente) e foi a primeira vez que nos hospedamos no circo. Armamos nossas barracas debaixo da lona e assim pudemos conhecer um pouco mais sobre a vida do circense tradicional. 


Conversamos muito! Sobre histórias vividas, cenas de palhaço, figurino, maquiagem, gestão cultural, relações artísticas e profissionais... 


No dia 04/02 (segunda), fizemos uma intervenção artística na Escola Municipal Professor Augusto Gotardelo, que fica bem próxima ao Circo. Aproveitamos para convidar os alunos para participar das aulas do circo, que são gratuitas e estavam com as inscrições abertas.



De tarde, uma surpresa. A equipe do Programa Carona, da TV Globo Integração, iria visitar o circo. Participamos das gravações, colaborando nas demostrações circenses (como palhaços, claro!) e falando rapidamente sobre o nosso trabalho. Bom contribuir para ampliar a visibilidade do circo na tv! A apresentadora do programa gostou da experiência e prometeu voltar no circo, para aprender o tecido (técnica de acrobacia aérea).


No dia 05/02 (terça), os artistas Claudia e Domingos, colegas de Juiz de Fora, foram ao circo para trocas artísticas. Como a chuva estava forte, aproveitamos para fazer exercícios de teatro e palhaço debaixo da lona.



No dia 06/06 (quarta), fizemos uma intervenção cênica nas ruas próxima a Circo Escola Carequinha. Criamos figuras a partir de máscaras, levamos música e disposição para interagir e improvisar. A comunidade gostou e se surpreendeu com a ação na rua. Várias pessoas tiraram fotos no celular.





De tarde, rumamos para Tebas. A Tebas da história de Édipo, transformada em famosa peça teatral e mito central da psicanálise freudiana, fica na Grécia. E a graciosa cidade que visitamos fica em Minas Gerais, sendo um distrito de Leopoldina. É também a cidade natal de uma integrante da Caravana, cuja família nos acolheu com muito amor e dedicação.

Nesse mesmo dia, atuamos na praça, anunciando nossa chegada. 





As crianças se aproximaram para participar dos exercícios de aquecimento, bambolê e alongamento. Adolescentes e jovens deram boas risadas com o palhaço. Vimos que o teatro  de rua era uma boa novidade para as pessoas da comunidade. E logo uma amizade estava nascendo!

No dia seguinte, 07/02 (quinta), fizemos uma intervenção itinerante pelas ruas com a Fanfalhaça (fanfarra de palhaços e palhaças). 



O cortejo chamou a atenção. A diretora da escola nos convidou para apresentar lá e integrantes de blocos de carnaval nos convidaram para conhecer seus trabalhos.
Convites aceitos, claro!


De tarde, mais vivências teatrais e circenses na praça central. Desta vez, resolvemos experimentar o roteiro "Uma Casa Bem Assombrada". 




No dia seguinte, 08/02 (sexta), apresentamos na Escola Estadual Justiniano Fonseca. Cenas de palhaço, gag´s clássicas, malabares, música e magia. As crianças adoraram, inclusive aquelas que oram dentro dos adultos!



De tarde, mais um ensaio aberto na praça central.

No dia 09/02 (sábado), apresentamos o roteiro “Uma Casa Bem Assombrada”. Colocamos som, maquiagem, figurino, cenário e tudo de bom que o teatro de rua oferece. Foi mágico!




No dia 10/02 (domingo), despedidas, arrumação de malas e viagem de retorno.
Quantas histórias maravilhosas!... Descobertas, trocas e aprendizados mútuos...

Não deixem de ler a reflexão elaborada por Cícero Silva, sobre a viagem a Tebas. 
Na próxima postagem!

Agradecemos os artistas participantes, a equipe do Ponto de Cultura Palmeira Pequenina (Rosangela, Emerson e Melissa), funcionários da UFV (Michele e Geraldinho), equipe do Garotas Country Show (Carlos, Cíntia e família), equipe do Circo Escola Carequinha (Dolor e Sandra, palhaços Jamelão e Melancia) e a família da Poliana.