30 de junho de 2018

Artesania Nômade em Pompéu: 1.º semestre de 2018


Com o patrocínio da Agropeú por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, o projeto “Artesania Nômade em Pompéu" realizou neste primeiro semestre de 2018 a Oficina de Circo, extensiva, com orientação do grupo “Circo Aloma” de Belo Horizonte e duas aulas abertas para familiares e amigos dos participantes da oficina.

O projeto dá continuidade ao projeto anterior, Artesania Nômade, iniciado em abril de 2016. A partir do trabalho de sensibilização artística e articulação com a sociedade, o projeto promove oficinas e apresentações de circo e teatro. Acompanhe abaixo os resultados deste 1.º semestre.



Oficina de Circo

A Oficina de Circo acontece toda terça e quarta, no espaço do DAS - Departamento de Assistência Social da empresa Agropéu. Os encontros tem duração de pelo menos 2 horas, com turmas de manhã e de tarde. A orientação é dos professores e artistas Affonso Monteiro e Paula de Franco, integrantes do Circo Aloma de Belo Horizonte. A oficina vai de março a novembro, com pausa em julho.



Nos primeiros dias, a oficina recebeu uma média de 30 pessoas. Aos poucos, naturalmente os interessados permaneceram e a turma se estabilizou com uma média de 15 pessoas. Alguns participantes são usuários do CRAS (no máximo 6) e a maioria vem de casa mesmo. São crianças, pre-adolescentes e adolescentes, com idades de 8 a 16 anos. 

"Os alunos gostam da prática e se engajam mesmo. São comprometidos, assíduos, avisam quando vão faltar. " - relata Affonso. "Nossa rotina de aula é assim: primeiro, faço uma recepção, pergunto como foi a semana... depois, fazemos atividades lúdicas para trabalhar o condicionamento físico, como corda, pega pega, alongamento... Aí, dividimos a turma em dois grupos - de acordo com a capacidade de concentração e a idade. A Paula fica com um grupo e eu com o outro. Ela trabalha os aéreos e eu, as outras habilidade. Depois de um tempo, trocamos. Ao final, reunimos as turmas para dar os avisos. Nas últimas aulas, tiramos um tempo para falar sobre a aula aberta e preparar algumas coisas."







Entre as habilidades trabalhadas, estão: a acrobacia (trampolim e solos, como rolamento, estrela, reversão)...





... os aéreos (tecido e lira)...



... os malabares (pratinho, fitas, bolinha, argolas, clave, suingue)... 




e o equilibrismo (rola rola). 






Os exercícios desenvolvem a coordenação motora, o condicionamento físico geral (força, velocidade, cardiovascular), a lateralidade, a elasticidade, a disciplina e a interação social.






Os participantes  assistiram alguns vídeos com números de aéreos, malabares e acrobacia, indicados pelos professores. (links) Também fizeram uma pesquisa individual sobre a história do circo do circo, compartilhando o resultado com os colegas durante a oficina. Na conversa, comentaram sobre o Circo Kalahary, que passou pela cidade de Pompéu.


"Estamos felizes com os resultados da oficina. A rotina de pegar estrada é cansativa, mas compensa ver o desenvolvimento dos alunos." Complementa Affonso, professor da oficina. "A parte material da oficina está bacana agora, com a instalação do suporte para os aéreos e a compra do trampolim e do colchãoPara o próximo semestre, vamos pendurar o tecido mais alto, por conta do desenvolvimento de alguns alunos. Vamos também pensar numa maneira de ter mais privacidade durante as aulas. O local das atividades é muito bom, amplo, mas como é aberto ao público às vezes dispersa a atenção dos alunos. Por isso, estamos conversando com a coordenação do projeto para ver o que pode ser feito. Bom é que os alunos têm cuidado com o espaço e a equipe do DAS tem boa vontade, isso nos dá confiança no trabalho". 

Aula aberta - turma da tarde
Dia 26 de junho no Centro Cultural Dona Joaquina do Pompéu









Aula - aberta  turma da manhã
Dia 27 de junho no Centro Cultural Dona Joaquina do Pompéu












Depoimentos


"Entrei em abril deste ano. Aprendi lira, tecido, bolinhas, rola rola... Gostei mais do tecido: já subo, faço casulo e mortal. Não tenho medo, não. Acho a lira mais difícil, porque tenho medo de altura. A primeira aula achei difícil, mas agora já estou acostumado. Queria que meu primo viesse, mas por enquanto não tem vaga."            Carlos Daniel de Almeida Pereira, 10 anos

                                                                     "Entrei em julho do ano passado. A oficina é legal, interessante... a gente aprende cada vez mais. Desenvolvi bem no tecido: consigo fazer casulo, cadeirinha, anjo, descida e o oito. Gosto mais do rola rola. Gostei também de apresentar no ano passado, deu um pouco de vergonha, mas foi bom. Falei com meus vizinhos sobre a oficina, eles querem entrar também."                                       Camily Vitoria da Silva Rezende, 10 anos.

“Estou desde o início do ano. Minha colega começou e me chamou. Conversei com meus pais e eles me deixaram participar.  Gosto de tecido, malabares, trampolim...  tudo é bom! Antes de vir pra cá, faço as coisas da escola e venho. É um tempo que tiro pra mim. Quando entro na oficina, gosto. Quando saio, sinto saudades.” 
Aniely Aparecida da Silva, 12 anos


" Estou desde 2016. Fiz teatro, palhaço e agora estou no circo. Gostei de tudo! Achei mais difícil foi o tecido.Tive facilidade com o diabolô e as bolinhas. Até estou um pouco triste porque vai ter férias. Eu e o Carlos vamos comprar bolinhas para treinar em casa. Ano passado a gente apresentou algumas vezes, gostei. Deu um pouco de vergonha, fiquei nervoso, mas no final foi bom! Espero que hoje seja melhor ainda que o ano passado!"  Manoel Carlos de Freitas, 12 anos




"Estou acompanhando alguns alunos que vieram do CRAS. Acho muito gratificante este trabalho, pois vejo que é benéfico para eles. Eles gostam das atividades, se envolvem... Percebi um desenvolvimento na auto-estima, na interação social, na disciplina, na ampliação do conhecimento. Tem tão pouco na cidade, a cultura. Acho bom quando eles levam algo novo para os outros usuários do CRAS, é o saber compartilhado." Juliana Correa Campolina, 50 anos, orientadora social do CRAS


"Foi ótimo! Pelo pouco tempo de oficina, o resultado foi muito bom.  Nos surpreendemos com o desenvolvimento. Apoio a participação do meu filho, falo pra ele chamar os colegas da sala.”                Michela Vieira, 31 anos, mãe do Cristian de 10 anos




"Quando apresentei, fiquei nervosa, queria fazer tudo. Mas aí acalmei e foi muito bom! Vou brigar com meus parentes, que não vieram me ver! O que mais gosto é a fita, até fiz uma pra mim"                                        Maria Clara Campos, 9 anos

"Eu gostei de apresentar no rola com a fita. Não senti vergonha, já participei de outras apresentações..."                                        Guilherme Henrique dos Santos Silva, 9 anos

"Entrei neste ano. O que mais gostei foi o tecido. Foi legal apresentar. Veio minha vó, meu irmão e meu primo. Só quando caí, é que não gostei." Ana Júlia Silva Menezes, 10 anos


“Percebo uma evolução grande do ano passado pra cá. Tem o dobro de alunos, abriu para mais pessoas...  O compromisso dos alunos é maior e por isso houve uma evolução rápida que nem eles imaginavam. Na parte de produção, está sendo gratificante pra mim. A experiência e o aprendizado é grande. Para o ano que vem, queremos continuar e quem sabe formar um grupo que permaneça, independente do projeto. Quando as pessoas estão abertas, a arte e a cultura forma não só artistas, mas também cidadãos.” 
Hilton Sanfona, 36 anos, produtor local do projeto

Fotos: Markus Câmara e equipe do projeto.

Balanço - 1.º semestre 2018
Cidade contemplada: Pompéu
Atividades: 1 oficina, 2 experimentações cênicas e 4 exibições de filmes relacionados ao circo
Abrangência: 54 participantes passaram pela oficina (estudantes e usuários do CRAS) e 60 espectadores assistiram a aula aberta (familiares e amigos dos participantes da oficina)
Equipe envolvida: Pano de Roda, Circo Aloma, Hilton Sanfona e Markus Câmara
Parcerias: Departamento de Assistência Social da Agropéu - DAS e Prefeitura Municipal de Pompéu - CRAS