De 28 de junho ao dia 3 de julho, aconteceu em Martinho Campos, centro-oeste mineiro, a Oficina Consciência Corporal e Teatro, promovida pelo Teatro Terceira Margem - Cristiano Pena, Júnia Bessa e Poliana Reis - com a participação dos artistas convidados: Flor Murta e Thiago Dornelas. É o Teatro de Artesania.
Participaram os grupos de estudos teatrais da cidade - CenAção e Sorriso Feliz - e pessoas interessadas em artes cênicas. As atividades aconteceram em espaços da Escola Municipal Geraldo de Assis, que foram gentilmente cedidos. Aconteceram também intervenções cênicas numa aldeia indígena e em interação com o V Encontro de Palhaços do centro oeste mineiro. Confira esses dias de trocas, movimentos, reflexões e teatralidade:
.: Dia 28 de Junho - Sexta-feira
Concluídas as oficinas em Quartel Geral... partimos para Martinho Campos, onde chegamos na sexta-feira, 28, no início da tarde. Realizamos a organização da hospedagem dos artistas convidados, verificamos a posição da luz solar, já como previsão para a apresentação do espetáculo de domingo. E recebemos o convite da Rádio Criativa FM para uma entrevista, na qual foi abordado a organização do encontro e das oficinas.
Cristiano Pena (Teatro Terceira Margem) e Heloísa Dirce (artista convidada)
concedem entrevista ao locutor Léo Azevedo da Rádio Criativa FM.
E teve início a oficina na sexta-feira, às 18h. Nesse primeiro dia, o foco foi a consciência corporal e as brincadeiras. Como convidada para compartilhar os ensinamentos sobre corpo esteve presente a dançarina Flora Murta.
Consciência do corpo, movimento e expressão, com Flor.
Com a utilização de objetos simples, que posteriormente os grupos de estudos de teatro poderão dar continuidade, utilizou-se bolas, lápis e um desenho dos osso do pé, uma parte nossa que tem conexão com todo o corpo, inclusive órgãos internos. E assim fomos reconhecendo dedos, pernas, braços, ombros e movimentos para compor o "todo do movimento".
Com o reconhecimento do corpo que "fala", viu-se a possibilidade de até mesmo "desenhar" as letras do próprio nome com o corpo. Cada um a sua maneira, respeitando seus limites e descobrindo novas possibilidades de movimentos.
Atividades no pátio da Escola Municipal Geraldo de Assis.
Todos foram conhecendo o corpo e as suas possibilidades de expressão
durante a oficina desta sexta-feira, que foi concluída às 21h.
.: Dia 29 de Junho - Sábado
Neste sábado, vivenciamos dois momentos. Pela manhã, o Teatro Terceira Margem e artistas convidados acompanharam o grupo de estudo de teatro "Sorriso Feliz" na realização de uma intervenção na Aldeia Indígena Kaxixó, nas proximidades de Martinho Campos.
Às 8h da manhã partimos num ônibus rumo a Aldeia Kaxixó.
Chegando na Aldeia Kaxixó, fomos muito bem recebidos. Ali também estava presente um canal de televisão de Pará de Minas, a TVI, que também acompanhou e registrou os movimentos dessa manhã.
TVI registra o Teatro Terceira Margem e artistas convidados.
Utilizamos as dependências da escola para troca de figurino e maquiagem e seguir.
Logo após a entrevista à TVI, foi a vez de realizar um cortejo pela tribo.
Passeio de palhaços pela aldeia.
O espetáculo começou e as gargalhadas também.
A apresentação trouxe cenas clássicas de palhaço, interpretadas por crianças e adolescentes do grupo. O público riu bastante! Após a apresentação, tivemos vários momentos de conversas e trocas, como o lanche comunitário oferecido generosamente pela comunidade, as brincadeiras espontâneas das crianças e a troca de maquiagens, que formou uma fila grande!
E também ensina brincadeiras indígenas.
É a arte rompendo as fronteiras, conhecendo lugares e pessoas, experimentando e se renovando na diversidade cultural.
Ao final da tarde desse sábado, aconteceu uma roda reflexiva na Praça da Matriz, em Martinho Campos. Ali, cada um foi dando sua contribuição. Surgiram reflexões sobre teatro, palhaço, sociologia, filosofia, palhaço, referências de leituras, poesias e também as experiências de cada grupo ao criar, ensaiar e apresentar cenas.
.: Dia 30 de Junho - Domingo
Nesse dia, aconteceu o Encontro de Palhaços da região centro oeste de Minas, com a participação de convidados de outras regiões também. Esta ação contou com apoio do Prêmio Funarte Petrobrás Carequinha de Estímulo ao Circo. Veja aqui a postagem sobre este acontecimento.
.: Dia 1º de Julho - Segunda-feira
Flor iniciou o aquecimento usando balões coloridos. Cores e corpos se misturam no espaço, pra não deixar cair o balão no chão.
Depois, vivenciamos uma dinâmica com um cordão azul, que foi "tecido no espaço" com cada um segurando uma parte pelos dedos. Em dupla, atravessamos o espaço demarcado, experimentando os planos baixo, médio e alto. Diferentes partes do corpo aprendem a encolher e expandir, num movimento de mola. Da segunda vez, a conexão com o colega se torna mais forte, através do olhar, e os movimentos se tornam mais complexos. Surgem variações de ritmos, saltos, acrobacias, sentidos, situações e emoções.
Por fim, uma dinâmica coletiva acontecendo em todos os planos e em diálogo com a música. Apoteose corporal!
Após breve pausa, Cristiano orienta uma roda de reflexão. Para viver o teatro, precisamos cuidar de cinco bases:
"1. Sensibilização/treinamento (sensibilizar o cinco sentidos do corpo)
2. Criação/ensaio (inspirar em cenas clássicas ou criar algo que ainda não exista, ensaiar para repetir os acertos e evitar os erros)
3. Fundamento/reflexão (pensar sobre o que se quer apresentar, aquecer o "conteúdo", pensar sobre o sentido do teatro, pensar sobre a recepção do público... pode ser feita também a partir de textos ou vídeos)
4. Apresentação (preparar cenas e levá-las ao público, com generosidade e humildade. Lançar e receber. A arte se dá no encontro da doação do público com a doação do artista)
5. Sustentabilidade (cuidar da continuidade, dos materiais cênicos, da manutenção financeira...)"
"1. Sensibilização/treinamento (sensibilizar o cinco sentidos do corpo)
2. Criação/ensaio (inspirar em cenas clássicas ou criar algo que ainda não exista, ensaiar para repetir os acertos e evitar os erros)
3. Fundamento/reflexão (pensar sobre o que se quer apresentar, aquecer o "conteúdo", pensar sobre o sentido do teatro, pensar sobre a recepção do público... pode ser feita também a partir de textos ou vídeos)
4. Apresentação (preparar cenas e levá-las ao público, com generosidade e humildade. Lançar e receber. A arte se dá no encontro da doação do público com a doação do artista)
5. Sustentabilidade (cuidar da continuidade, dos materiais cênicos, da manutenção financeira...)"
No último momento, os grupos CenAção e Sorriso Feliz ensaiaram trechos de cenas, com orientação dos artistas convidados.
Pontuações sobre projeção da voz, utilização do espaço, comunicação com o público, dramaturgia e outros assuntos importantes. Após os retornos, as cenas foram apresentadas internamente, já com mais amadurecimento. Mais um momento de confiança, trocas e aprendizados, que contou com a colaboração (retornos) de todos os participantes.
.: Dia 2 de julho- Terça-feira
Na terça de tarde, participantes da oficina se encontraram com os artistas convidados da oficina. Tiago Dornellas compartilhou experiências sobre magia cômica.
Na terça de tarde, participantes da oficina se encontraram com os artistas convidados da oficina. Tiago Dornellas compartilhou experiências sobre magia cômica.
De noite, Flor deu início à oficina, orientando um momento de sensibilização com os participantes. Despertar do corpo, através de exercícios de concentração, disposição e ativação da presença.
Cris segue com a lira, numa provocação vocal. Lembra a todos que voz também é corpo. E passando pelos tons grave, médio e agudo, todos projetam sons, palavras e frases... musicalidade que ocupa o espaço.
Hora de passar as cenas dos grupos de estudos da cidade: Cenação e Sorriso Feliz. Momento de sugestões e colaboração para o aprimoramento de um processo que já possui tanta beleza.
Esta ação abrangeu 50 participantes da oficina e aprox. 550 espectadores.
Agradecemos os participantes, os artistas convidados, os produtores locais, a comunidade indígena Kaxixó, a Prefeitura Municipal de Martinho Campos e a E. M. Geraldo de Assis.
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