Em junho, o projeto Artesania Nômade promoveu em Martinho Campos uma Oficina Montagem e um Encontro Artístico de grupos de estudos.
A Oficina Montagem foi destinada ao grupo de estudos "Sorriso Feliz" de Martinho Campos. Orientada por Cristiano Pena (Teatro Terceira Margem), a oficina contou com a colaboração de Júnia Bessa (Teatro Terceira Margem) e a participação dos convidados Affonso Monteiro e Paula de Franco (Circo Aloma). As atividades foram realizadas de 18 a 29 de junho. Os encontros começaram no pátio da Escola Municipal Geraldo de Assis e depois foram transferidos para o Campo Abadia, onde foi montada uma lona circense em parceria com a família Monteiro (Circo Aloma).
O encontro artístico de grupos de estudos aconteceu no dia 28 de junho (sábado) na lona montada pelo Circo Aloma em Martinho Campos. Estiveram presentes participantes dos grupos de estudos: QG da Alegria de Quartel Geral, Sorriso Feliz de Martinho Campos, Sapere Arte e Agere´s de Dores do Indaiá e Cia do Riso de Abaeté, além do Circo Aloma e do Teatro Terceira Margem, ambos de Belo Horizonte.
Com apoio do Ponto de Cultura Caravana de Artesania, a equipe do projeto ficou hospedada em um trailler. A experiência possibilitou maior intercâmbio com a cidade e uma aproximação da vivência nômade, característica dos grupos de teatro mambembes e dos povos circenses, além de uma economia com recursos de hospedagem. O Ponto de Cultura também promoveu o bazar de figurinos, desta vez com peças para doação.
Acompanhe os acontecimentos através das fotos e relato abaixo.
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"Vai vai vai começar a brincadeira!
Tem charanga tocando a noite inteira
Vem vem vem ver o circo na cidade
tem tem tem picadeiro e qualidade!"
Senhoras e senhores, crianças e crionças, é com grande alegria que apresentamos para vocês a história que vivemos nesses dias em Martinho Campos.
O grupo Sorriso Feliz se motiva pela linguagem do palhaço. Eles têm já no repertório cenas clássicas da tradição circense e, com a oficina, gostariam de criar novas cenas. Propusemos então que criássemos cenas a partir de ideias do próprio grupo. E também incentivamos bastante o trabalho corporal, como forma de dinamizar e desenvolver as apresentações que o grupo já tem feito.
Nos dias 18, 19 e 20/06, os encontros aconteceram na E. M. Geraldo de Assis. Após aquecimento e sensibilização corporal...
Dividimos os participantes em duplas.
Cada dupla se inspirou em um tema/sentimento/ação/música para propor uma cena.
Milena e Breno propuseram uma cena a partir da música "Catibiribão".
Veida e Hiuri pensaram numa cena a partir do sentimento de irmandade/fraternidade.
Ayane e Daniele pensaram numa cena a partir de um objeto que não se move.
Deth e Carol trouxeram piadas e a relação com um baú de objetos palhacescos.
No dia 21/06, o Circo Aloma montou uma lona circense no campo Abadia - com apoio do projeto Cena Minas (6.ª edição). Os participantes da oficina puderam acompanhar o trabalho e aprender sobre o cotidiano do artista circense. A partir da experiência, montamos o mini-dicionário (abaixo).
Mini Dicionário
Participantes: Afonso, Anderson, Ayane, Cristiano, Daniele, Deusdedith, Guilherme, Hudson, Júnia, Leandro, Mara, Marcela, Max, Milena, Nicolas, Samanta, Sâmara, Talisson e Veida.
- Lona: pano de cobertura do circo ("teto"). A parte redonda (quarto) e a parte quadrada (lençol) são unidas através de uma costura conhecida como cadeira.
- Pano de roda: pano que cobre as laterais do circo ("paredes")
- Mastro: cano de metal vertical utilizado para se pendurar a lona lá no alto
- Refletores: luzes que iluminam o picadeiro
- Treliça: barra de metal horizontal que liga um mastro a outro. Utilizada tb para se pendurar os refletores.
- Picadeiro: local onde os artistas se apresentam
- Tapete de picadeiro: lona colorida colocada no chão, no centro do picadeiro
- Camarim: espaço ao fundo do picadeiro, onde os artistas se preparam para entrar em cena
- Cortinas: demarcam a entrada e saída dos artistas de cena
- Algodão: usado para prender o lençol e o quarto no mastro
- Estaca: Estrutura de metal (semi eixo)
- Pau de roda: Cano Simples
- Espia: cabo de aço que firma a lona no chão
- Roldana: equipamento utilizado para levantar objetos pesados.
- Moitão: Sistema de polias para redução da força aplicada (foi usada para levantar o mastro)
- Mosquetão: Equipamento de aço ou alumínio em formato de elo, contendo um gatilho.
- Lambe-lambe: fotógrafo tradicional do circo
A primeira coisa é içar os mastros.
Depois, estende os pedaços da lona no chão, em volta dos mastros e se faz uma "costura" da mesma.
Então, deve-se levantar a lona e a trelissa utilizando cordas e um sistema de roldanas onde os mastros são os eixos.
Aí, suspende-se os refletores e sobe-se lá no alto (!) para terminar de prendê-los na treliça.
Então, se deve colocar o pano de roda e "espiar" a lona, esticá-la com cabos para ela ficar bem firme.
Ao final, monta-se uma estrutura de metal que servirá como camarim com cortinas e cenário de fundo.
Coloca-se o tapete de picadeiro no chão e as cadeiras para o público. Pode-se, como opção, montar uma barraquinha para vender os tradicionais lanches de circo: pipoca, algodão doce, maçã do amor e cachorro quente e refrigerantes.
Curiosidades:
- Com os mastros levantados, já se pode fazer compras na cidade, pois o circo já tem "crédito na praça".
- Durante o dia, o pano de roda fica levantado para não esquentar muito.
- Morder o moitão: Quando alguém te pedir para morder o moitão, não coloque-o na boca; simplesmente junte as cordas com as mãos e segure bem firme!
- Não se pode cruzar o picadeiro, pois dá má sorte!
- Quem toma água da chuva que escorre pela lona do circo, vira artista circense.
Do dia 21 ao dia 29/06, os encontros foram realizados no campo Abadia - no circo! Desenvolvemos mais e mais as cenas, incluindo músicas, objetos, figurinos, textos e maquiagem.
No dia 27/06 (sexta), fizemos um ensaio aberto ao público, apresentando as cenas criadas para familiares, amigos e interessados.
No dia 28/06 (sábado), de manhã e de tarde, aconteceu o Encontro Artístico dos grupos de Estudos. Após o café da manhã coletivo e as boas vindas....
... aprendemos sobre o circo tradicional com o mestre Max Monteiro, palhaço Xuxu e integrante do Circo Aloma.
Depois, cada grupo de estudos apresentou uma cena de seu repertório, compartilhando os aprendizados nas oficinas montagens realizadas pelo projeto Artesania Nômade.
De tarde, após o almoço, nos preparamos para sair de palhaço nas ruas...
...e ver o jogo do Brasil (Copa 2014).
Neste mesmo dia, à noite, o grupo Sorriso Feliz apresentou algumas cenas na abertura do espetáculo Circenses do Circo Aloma.
No dia 29/06 (domingo), de manhã, fizemos um cortejo cênico-musical com participação de integrantes da banda de música da cidade. Após a missa das crianças, saímos da praça da Matriz em direção ao campo Abadia, convidando a todos para assistir a apresentação de Circo.
O grupo Sorriso Feliz fez a abertura do espetáculo, contando com a participação de integrante da Cia do Riso de Abaeté que fez o papel de "apresentador" das cenas.
De tarde, foi a vez de desmontar a lona...
"Esta lona furada parece que ninguém lhe dá nada!... Já viveu histórias e loucuras, sonhos que passaram, tantas aventuras. (...) Sei que ninguém acredita que, mesmo rasgada, é bonita. É só reparar e não ter pressa.
A lona é como um barco de ponta-cabeça.
Coisa de doido, maluco lelé.
Ir remando contra a maré,
mas se os furos estão para cima,
não tem como afundar.
No peito da lona eu vejo meninos a voar.
E fazem dela um céu, oh, morena,
como a tua saia sempre a girar.
Rodam numa invenção que os furos se enchem de luz.
E surgem em toda a parte as estrelas que ainda brilharão."
A lona na lona, música com letra de Hugo Possolo.
Palmas para a equipe de desmontagem |
E assim nos despedimos...
Certos de que novos encontros
tornarão a acontecer!
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Agradecemos o Circo Aloma, o Clube Abadia e os colaboradores Deth da gráfica, Hudson Resende, Talisson Kilmer, Mara Barroso e a todos que colaboraram para as ações.
Balanço
- Oficina Montagem em Martinho Campos
Cidade beneficiada: Martinho Campos
Número de oficinas: 1 oficina
Número de apresentações: 3 intervenções
Número de pessoas: 15 participantes e 420 espectadores
- Encontro artístico de grupos de estudos
Cidades beneficiadas: Abaeté, Dores do Indaiá, Martinho Campos e Quartel Geral.
Número de oficinas: 1 encontro
Número de apresentações: 4 ensaios abertos ( 1 ensaio de cada grupo participante)
Número de pessoas: 50 participantes
Apoio: Prefeitura Municipal de Martinho Campos
Parceiros: Circo Aloma -Prêmio Cena Minas - 6.ª edição.
Esta ação contou com apoio do Ponto de Cultura Caravana de Artesania
Esta ação contou com apoio do projeto Artesania Nômade - Lei Federal.
Foi tudo muito bom...experiencia inesquecivel.agradeco a todos..saudades... milens
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