Teatro de Artesania: Dores do Indaiá - Oficina

De 16 a 23 de maio, vivenciamos em Dores do Indaiá três linguagens de artes cênicas: Dança, Teatro e Circo. Dialogamos com o grupo de estudos teatrais, Sapere Arte, da cidade e novos participantes interessados nas artes cênicas. A oficina aconteceu na E. E. Dr. Zacarias, apoiadora dos nossos projetos culturais na cidade, desde 2011. Acompanhe o relato dessa viagem: 

Dia 16 (quinta) - Acolhida dos participantes, oficina de dança com Flor Murta e vivência teatral com Cristiano Pena. Nessa noite, os participantes descobriram as expressividades e os cuidados do corpo.

Houve vivências e interação entre os participantes. Descobriu-se que existem inúmeras possibilidades de se criar com o corpo. De forma simples, os participantes redescobriram o corpo arte. 

  

Dia 17 (sexta) -  De manhã, vivência de dança, roteiros e teatralidade. Ao som de músicas e palavras, a imaginação foi ativada. Novas histórias se formaram e cada articulação corporal foi se tornando parte integrante dessa história. Histórias que aproximam ainda mais o ser humano da arte.

Atividades simples que resgatam noções de grupo e de compartilhamento. 

De à tarde, numa jornada de dentro pra fora, realizamos uma intervenção cênica na Festa da Família, evento promovido pela E. E. Dr Zacarias, escola que cedeu espaço para realizações da oficinais em maio e em outras ocasiões de 2011 e 2012. Uma retribuição pela acolhida e uma oportunidade de experimentação cênica e encontro com o público.

Dia 18 (sábado) - Aquecimento corporal na escola. Antes do encontro com o público, o preparo. Cada detalhe é percebido e nesses momentos novas informações são compartilhadas. Ensinam, aprendem e compartilham. O conhecimento é adquirido através da expressividade corporal, da arte circense e do estímulo do som musical.

E então, criação de cenas e experimentação em evento público na Praça da Matriz.

No centro da cidade, tarde de sábado e arte.

Dia 19 (domingo) - Apresentação "Uma Casa Bem Assombrada" na Praça do Rosário, com participação dos alunos da oficina. Chegamos cedo para preparar o ambiente, o corpo e a alma. Com cuidado os integrantes cuidaram do espaço, limparam a rua. A arte que cuida do espaço de encontro, a rua. A arte que se relaciona com o espaço público, agora transformado em espaço cênico.

Fizemos um "convite cênico" para as pessoas que estavam saindo da missa e o público compareceu! Momentos mágicos de teatro, circo e dança...

 Ao final, os participantes apresentaram uma cena de palhaços.

De tarde, mais um encontro com os participantes. Desta vez, o tema foi "continuidade".

Como manter/desdobrar/criar a partir das ações iniciadas? Práticas e troca de reflexões...

Cada integrante refletiu de forma sensível a maneira de dar continuidade às ações iniciadas pelo projeto, apropriando-se dos aprendizados da oficina, e lembrando que sempre é possível criar novas possibilidade de fazer teatro, a partir da realidade local. Continuidade através dos encontros, do desenvolvimento da arte e da interação entre os antigos e novos integrantes. 

Dia 20 (segunda) - Exibição de vídeo sobre estilos teatrais e do filme "Circo" com Charles Chaplin, em parceria com o Ponto de Cultura Caravana de Artesania.

Dia 21 (terça) - Oficina de teatro. Após aquecimento coletivo...

...propomos vivenciar um breve processo de criação de cenas. 

Os participantes de reuniram em grupos para propor e preparar suas cenas.

Após as apresentações dos grupos, refletimos sobre escolha do tema/foco da cena, linguagem cênica, criação de personagens... entre outras bases e cuidados característicos do teatro.

Dia 22 (quarta) - Experimentamos um roteiro que reuniu personagens/situações de todos os grupos. Montamos uma mandala no pátio da escola que não foi usada por causa da chuva..

Nossa experimentação aconteceu então no salão da escola, sob leve luz. 

Em uma floresta, aconteceu uma história com libélulas, árvore, crianças, professora, guerreira, tigre, cães, buscas, sonhos e transformações... 

As cenas foram filmadas para estudo.

Dia 23 (quinta) - Exibição de livros sobre teatro, teatro de rua, cultura e cidadania, em parceria com o Ponto de Cultura Caravana de Artesania. Também refletimos sobre bases da ação coletiva, num bate papo cheio de ideias e sementes para o futuro próximo e próspero!

Foram tantas trocas, emoções e informações que convidamos a jornalista Ana Lúcia Lopes, para nos ajudar nesse relato. Ao final dessa postagem, ela também nos presenteou com um belo poema. Deleite-se!

Agradecemos os participantes da oficina, os artistas convidados, 
o grupo Sapare Arte, as colegas Mara e Gisele que fizeram a produção local, 
 a equipe da Escola Estadual Dr. Zacarias, os Secretários de Cultura e Educação da Prefeitura Municipal de Dores do Indaiá e todos os apoiadores que contribuíram para essa vivência de arte cênica na cidade de Dores do Indaiá.

No total, foram abrangidos 50 participantes e 700 espectadores, de todas as idades e realidades sociais. Participaram dessa viagem os artistas: Affonso e Paula da família Monteiro (Circo Aloma), Cícero Silva e Rosana Costa (Teatro/Palhaço), Cristiano Pena, Júnia Bessa e Poliana Reis (Teatro Terceira Margem) e Flor Murta (Dança). 

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O imaginar amigo

                                                                                                     Por Ana Lúcia Lopes

Corpo que estica

Corpo que comunica

Corpo que é visto

Esse corpo que é casa

Esse corpo que é eixo

Esse corpo que dança

Que abala e não se abala

Que se abala e badala

Corpo que resolve o que quer

Corpo que dança

Dança das águas

Dança do ar

Dança do imaginar

Imaginar o corpo

O que corpo decide o se quer

A dança que se faz e se refaz

Dança, teatro e palhaço

Tudo junto

Na expressividade desse corpo

Corpo meu

Corpo seu

Corpo que reflete arte para o povo

Aqui, ali

Ele

O corpo

Descobriu que é bom ser criativo

Então...

Ele dança

Dança corpo!!!

Dança o imaginário

Dança

Vai e vem

Sem dono, sem tempo

Sem história fixa

A história se faz

Se refaz

A história pela música

A história do corpo

Esse corpo que imagina

Que cria como amigo

O imaginar amigo

Corpo

Dança

Teatro

Palhaço

Arte que compartilha

Aqui, lá

Vem cá

Eu sou o corpo 

Que imagina, dança e cria.

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O poema acima foi escrito a partir da sensibilidade e das vivências que aconteceram em Dores do Indaiá, com o projeto Teatro de Artesania, em maio de 2013.

Caravana de Artesania em Montes Claros e região (3.º ano)

Em maio, visitamos o Vale do Jequitinhonha e o norte de Minas, mais especificamente as cidades de: Carbonita, Montes Claros e Bocaiuva.

Chegamos em Carbonita no dia 3/05 (sexta). O convite surgiu pela rede virtual dos Pontos de Cultura de Minas Gerais, através do Sérgio, integrante do Ponto de Cultura Semente do Vale e também Secretário do Cultura de Carbonita. Conhecemos o espaço e a equipe do Ponto e, à noite, iniciamos a Oficina Vivência de Circo, em parceria com a programação 16.º CarboArte. 

O primeiro encontro aconteceu no Centro Cultural Helena Leite com a participação de estudantes, assistentes sociais, arte educadores e pessoas interessadas. Fizemos um ensaio aberto da "Casa Bem Assombrada", concluindo com um baile coletivo. 

Depois, aquecemos o corpo, cada um se apresentou, conversamos sobre circo teatro de rua e arte em Carbonita e combinamos alguns detalhes para o dia seguinte.

No dia 4/05 (sábado), fizemos o aquecimento corporal e ensaio aberto de um cortejo cênico-musical, passando pela feira que estava em pleno movimento.

De tarde, fizemos uma intervenção cênica-musical pelas ruas da cidade.
Saímos do Centro Cultural...

... passamos novamente pela feira...

... descemos morros...

... e chegamos na praça central.

Após uma breve pausa para o descanso, fizemos um ensaio aberto da Casa Bem Assombrada para o público que estava presente.

No dia 5/05 (domingo), encontramos no Centro Cultural para preparar figurinos e maquiagens e fazer o aquecimento corporal. Descemos para o local reservado para a apresentação (em frente ao palco) mas, para sair do sol forte, acabamos descobrindo um espaço aconchegante e inusitado para o acontecimento teatral: a rodoviária! Após preparar o ambiente, apresentamos "Uma Casa Bem Assombrada", envolvendo os participantes da oficina e abrangendo pessoas de todas as idades e realidades sociais.

No dia 6/05 (segunda), fizemos uma roda de conversa no espaço do CRAS (ação social). 

A conversa foi animada! 

Falamos sobre como a importância da cultura para nos tornarmos humanos, a beleza e a profundidade da cultura popular e regional, as questões que fazem parte da realidade atual (internet, funk, sexualidade, drogas), o respeito à diversidade cultural, o estímulo para ampliar as referências culturais, a autonomia da sociedade civil e a necessidade de apoio do poder público, entre outras questões. 

Os participantes compartilharam vários materiais, como músicas, causos, 
peças de teatro, fotos e treinamento de malabares.

Anotamos os emails e facebook para manter contato com os participantes. 
Foi uma ótima experiência atuar em Carbonita. E que venham mais encontros e trocas!

E então partimos para Montes Claros.
No dia 7/05 (terça), fizemos treinamento circense com malabares na praça da Matriz. Algumas pessoas que passavam pela rua se interessaram pelo trabalho e logo ficamos sabendo que a praça é ponto de encontro de Josias e jovens interessados no circo.



No dia 8/05 (quarta), apresentamos de manhã e de tarde na Escola Estadual Zinha Prates.
A escola foi uma indicação do colega Aroldo Pereira, integrante do Ponto de Cultura Cine Poesia. Apresentamos números de música, palhaçaria, magia, malabares, acrobacia e poesia. As crianças gostaram e os adultos também!

Então, fomos convidados pela supervisora educacional da escola, Dalva, 
para encontrar com uma turma de alunos de teatro e de ed. física da Unimontes 
que está trabalhando o tema"circo" em suas aulas de estágio através do programa PIBID. Tivemos um momento de troca de experiências sobre cultura, relações humanas, socialização, didática, papel da arte na escola e outros assuntos.

No dia 9/05 (quinta), fizemos treinamento de manhã na Praça da Matriz. 
Aquecemos o corpo, experimentamos acrobacias e malabares. O envolvimento foi se dando aos poucos até que o treinamento ganhou vários participantes.

No final da tarde, apresentamos na praça Dr. Carlos.

E seguimos para Bocaiuva. 

No dia 10/05, fizemos um treinamento circense na praça central, 
com aquecimento, bases de acrobacia e experimentação de malabares.

No dia 11/05 (sábado), visitamos de manhã o Mercado Municipal. 
O público da feira apreciou o acontecimento inusitado!

 

Depois de tanta bobagem... uma pausa para descansar ao pé do "pé de palhaços"!

De tarde, encontramos com artistas, educadores, crianças e jovens interessados em vivenciar a arte circense. Fizemos aquecimento, bases de capoeira, improvisação corporal (que se transformou numa bela dança coletiva) e experimentação de malabares.

O colega Hermes, que veio de Montes Claros especialmente para esta atividade, compartilhou com a gente a técnica de transformar balões em animais, flores, etc.

No dia 12/05 (domingo), comemoramos o Dia das Mães com arte e solidariedade! Combinamos de maquiar na praça do hospital e sabe quem encontramos? Um grupo de voluntários que fazem visitas semanais no hospital, como palhaços!

 Arrumamos junto, trocamos experiências e cada um seguiu sua missão do dia. Enquanto eles visitaram o hospital, nós seguimos para o Abrigo infantil de Bocaiuva. O cortejo cênico-musical contou com violão e kazoos, além dos tradicionais instrumentos de percussão, escaleta e lira.  Ficou bonito!

As crianças gostaram e os vizinhos também! Vários apareceram nas janelas e alguns até saíram de casa para acompanhar a intervenção de perto. Depois das despedidas, voltamos para a praça interagindo com as pessoas e... ganhamos uma carona providencial para o asilo. A turma era grande a a carona veio na hora certa!

Chegamos no Asilo São Vicente de Paula na hora do almoço, hum!... hora boa. Passamos rapidamente pelo refeitório e pelos quartos, com nossa banda peculiar de palhaços e seguimos o caminho, afinal, com comida não dá pra chamar muita atenção. Nossa próxima parada foi a casa de uma mãe muito querida. 

 Em homenagem a todas as mães, cantamos para Dona Santinha, mãe da Claudinha, atriz e musicista de Bocaiuva. Foi uma festa! Com direito a requeijão (ganhado na hora por uma vendedora que estava passando!) e café preparado com carinho pela Dona Santinha.



No caminho de volta para ao carro, as crianças do bairro foram nos acompanhando.
Claudinha puxou algumas músicas da cultura popular e cantamos junto. Achamos uma menina com uma saia igualzinha a da Biju! No caminho (quanta história nos cortejos!) cantamos parabéns para menina que estava fazendo aniversário. Que beleza!

E essas foram nossas histórias pelo vale do Jequitinhonha e norte de Minas...

Agradecemos a todos os participantes, a Prefeitura Municipal de Carbonita/Secretaria Municipal de Cultura, aos apoiadores e colaboradores que registraram as imagens. Participaram desta viagem os artistas: Cícero Silva, Cristiano Pena, Júnia Bessa, Poliana Reis, Rosana Costa e Thiago Dornellas.