27 de agosto de 2013

Prêmio Carequinha: Martinho Campos - Oficina de Palhaço

Seguindo pelo centro-oeste mineiro, através do Prêmio Funarte Petrobrás Carequinha de Estímulo ao Circo, o Teatro Terceira Margem e artistas convidados estiveram em Martinho Campos, de 21 a 25 de agosto de 2013.


A profissional convidada, Mariana Rabelo, da Cia. Frita (Rio de Janeiro), utilizou a musicalidade do palhaço americano Jango durante das oficinas e objetivou nas atividades despertar a consciência do palhaço, o jogo de improviso e a possibilidade de números em cena. Também esteve presente a convidada de Sabará, Heloísa Dirce, para realizar apoio durante as oficinas.

Dia 21 de agosto (Quarta-feira):




Cristiano Pena, Teatro Terceira Margem, apresentou aos grupos de estudos de Martinhos Campos a realização do período de oficina e, em seguida, Mariana Rabelo iniciou as atividades da noite.


Mariana Rabelo, da Cia Frita (RJ).
Mariana Rabelo fala aos participantes das oficinas sobre como
trabalhar o estado do palhaço e o que é o palhaço na essência.
Cristiano Pena e Heloísa Dirce.

O trabalho da improvisação na arte do palhaço.

Formaram mini-grupos e cada um apresentou a sua improvisação para os demais.
Descontração, estudo e estímulo à arte do palhaço.

Mariana Rabelo explica ao grupo: através do exercício da observação o palhaço aprende a improvisar e a estudar as possibilidades, sempre no exercício da verdade.

"Palhaço não é aquele que erra? Pois então. A diferença é que agora encontrei a liberdade de rir de mim mesmo." Márcio Libar - Frase citada por Mariana Rabelo durante a oficina.

O livro de Márcio Libar, "A nobre arte do palhaço", é apresentado ao grupo como fonte de pesquisa e de estudo sobre a arte da palhaçaria.


Dia 22 de agosto (Quinta-feira):
No dia seguinte, ou melhor, na noite seguinte, a oficina seguiu pelo pátio da Escola Municipal Geraldo de Assis. Mariana Rabelo utilizou objetos, músicas, improvisações, paradas fotográficas e até mesmo uma banana foi objeto de cena nos estudos.



Nesta quinta-feira, os narizes de palhaços fizeram compuseram a oficina. "A menor máscara e a que mais revela..."





Foi feito o exercício a partir da imaginação e da criação de cenas como se estivessem sendo fotografados, como se estivessem fazendo "poses" para um registro fotográfico. Foi momento de interação entre as cenas e a prática do exercício de improvisação.






Mariana Rabelo apresentou o grupo os estudos de cada atividade e o propósito da improvisação na arte do palhaço.


Dia 23 de agosto (sexta-feira):

Nesta sexta-feira, as ações aconteceram na Apae de Martinho Campos, em Comemoração à Semana do Excepcional, aconteceu uma intervenção artística na instituição.




Os dois grupos de estudos apresentaram suas cenas, as quais foram posteriormente estudadas.

Dia 24 e 25 de agosto (sábado e domingo):

O final de semana foi a finalização das oficinas e aconteceram estudos de cenas, improvisações e também roda de conversa.




"Ou, como disse Nietzsche, como aceitar uma verdade cuja enunciação não fez acompanhar de nenhuma risada?" Regina Horta Duarte




Agradecimentos: ArcelorMittal BioFlorestas, Governo de Minas, Escola Municipal Geraldo de Assis, ao Deth pela produção local, aos grupos de estudos de artes cênicas de Martinho Campos: Sorriso Feliz e CenAção, à Associação Corrente do Bem e às artistas convidadas Mariana Rabelo e Heloísa Dirce.

17 de agosto de 2013

Prêmio Carequinha: Bom Despacho - Oficina de Palhaço


"Para o palhaço, toda ideia é bem-vinda.
 Ele é o exercício da perseverança e da generosidade." 
Cristiano Pena

Seguindo pelo centro-oeste mineiro com as oficinas Arte de Palhaços, através do Prêmio Funarte Petrobrás Carequinha de Estímulo ao Circo, ficamos de 15 a 17 agosto em Bom Despacho. 

As orientações aconteceram através de Cristiano Pena e Júnia Bessa  - Teatro Terceira Margem. Os encontros, realizados na E. E. Miguel Gontijo, foram dias de incentivo à formação do grupo de estudos.
Dia 15 (quinta-feira) 
João Bastista, locutor radiofônico, e
Cristiano Pena, Teatro Terceira Margem,
nos estúdios da Rádio Difusora.
Logo na parte da tarde, Cristiano Pena participou de uma entrevista na Rádio Difusora, como o locutor João Batista. 

Durante o bate-papo, abordou-se o desenvolvimento do projeto, o incentivo à formação do grupo de estudos de artes cênicas em Bom Despacho, assim como já acontece em outras cidades do centro-oeste mineiro, como Abaeté, Dores do Indaiá, Martinho Campos e Quartel Geral.


 
Palhaça Biju, em momento da oficina.
À noite, foi o primeiro encontro da oficina.  No início houve um aquecimento corporal,vocal e das articulações.

Logo depois, formou-se uma roda de conversa onde Cristiano e Júnia contaram os primeiros passos dos trabalhos e um pouco da história para o surgimento da Roda de Palhaços, em Belo Horizonte. A base do trabalho foi contada e os trabalho iniciais no Parque Municipal, na capital mineira. Um momento de contextualização da arte e constatação de que a arte de palhaços é um exercício de perseverança e de generosidade.


Estudo da arte de palhaços através do filme "Os Palhaços", de Fellini.
Logo em seguida, foi apresentado o filme "Os Palhaços", de Federico Fellini. O filme, da década de 70, é referência no estudo da arte da palhaçaria. 

Os participantes puderam estudar, através do filme, os figurinos, as maquiagens, o desenvolvimento de cenas, o tipo de humor e as apresentações de palhaços de diferentes estilos europeus.

Gustavo, Cristiano, Lili, Júnia e Priscila - logo após o filme e a roda de conversa sobre a arte de palhaços.

Dia 16 (sexta-feira) 
De manhã, foram realizadas visitas em duas escolas, E. E. Miguel Gontijo e Colégio Tiradentes, com o objetivo de informar sobre as oficinas para aproximadamente 400 jovens, entre 14 e 17 anos.
Cristiano Pena, Teatro Terceira Margem e Lili Cunha, de Bom Despacho, visitaram 12 salas de aula do Colégio Tiradentes.

À noite, foi a vez a oficina. Após o aquecimento corporal, começou-se o aquecimento "palhaçal". Para ativar o estado de graça, ou estado cômico, vivenciamos três dinâmicas:


“saltos” (como se fosse saltar e... permanece em estado se suspensão),

"oposições” (uma parte do corpo puxa para um lado e outro parte vai para outro) 
“quinas” (formar ângulos no corpo, tentando se "encaixar" no espaço).

A ativação do estado de palhaço fez parte da construção da cena.

Depois, realizamos um exercício de criação de cena a partir de uma ação simples e real, escolhida pelos próprios participantes.


 O palhaço trabalha com a verdade.


Composição das cenas.

Quatro ações foram propostas: agradecer o público, calçar sapatilhas, vestir um paletó e colocar um boné. A partir da lógica do palhaço e com a colaboração dos colegas, as cenas foram se tornando cada vez mais belas e engraçadas. 

Cada um apresentou sua cena aos colegas.

Para conclusão da noite, reflexão dos estudos e das cenas construídas.“Toda ideia é boa”, afirmou Cristiano Pena durante a oficina e ainda acrescentou que o palhaço é "um exercício de generosidade, que necessita dedicação e desejo, vontade de estar em cena".



Dia 17 (sábado)

Nesta manhã de sábado, foi realizada uma aula aberta na Praça da Matriz, região central de Bom Despacho.


Começamos sensibilizando para as articulações e ativando os músculos da barriga, centro do corpo. Depois, foi a vez de ativar o estado do palhaço a partir de cada parte do corpo: pés, joelhos, barriga, tronco-peito-braços e cabeça. As pessoas que passeavam pela praça começaram a parar e se sentar para observar. Brevemente, explicamos o que estava acontecendo: uma aula aberta de palhaços. E que ficassem à vontade para olhar, afinal o palhaço só existe se houver o público também.

Fizemos então a maquiagem e partimos para dar uma volta na praça. Paramos no local de maior concentração de pessoas e apresentamos as cenas preparadas no dia anterior. O público gostou e espontaneamente aplaudiu. Continuamos nosso passeio até chegar do outro lado da praça. Vários olhares, trocas e surpresas... A vivência foi positiva. Algumas pessoas se aproximaram, buscando mais informações e interessadas em participar. 

Ao final, conversamos sobre a realidade do grupo de estudos de Bom Despacho, a perspectiva de continuidade de forma autônoma e nossos próximos encontros. 

Estamos empenhados para ampliar a divulgação na cidade e mobilizar mais participantes.
Como dizem os antigos palhaços... "força na peruca"! 
E Viva, viva a arte da palhaçaria!!!

Agradecemos a E. E. Miguel Gontijo, a Secretaria Municipal de Cultura, a Prefeitura Municipal de Bom Despacho, o Colégio Tiradentes e os participantes Gustavo, Lili e Priscila.




15 de agosto de 2013

Prêmio Carequinha: Abaeté - Oficina de Palhaço

"Olha o riso aqui, olha o riso lá, olha o riso aí...ri melhor quem ri de si..."


De 10 a 15 de agosto, realizamos em Abaeté a Oficina Arte de Palhaços. O foco desta vez foi a criação e confecção de figurinos a partir da customização. Momentos reflexivos também fizeram parte. A orientação foi de Cristiano Pena (teatro) e Mariana Roberti (figurino). No apoio artístico e de produção, Júnia Bessa e Poliana Reis. As atividades aconteceram na CNEC.

No dia 10 (sábado), fizemos aquecimento corporal, sensibilização para o universo do(a) palhaço(a), início do estudo dos figurinos e combinados para o processo desta oficina. Ao final, alguns participantes ficaram para preparar uma saída de palhaços no Baile à Fantasia, na Mansão do Aeroporto. Preparamos figurinos e maquiagens e fomos ao local. A intervenção surpreendeu as pessoas, provocando olhares, risos e curiosidade.






Momento da intervenção artística durante o baile a fantasia. Os participantes observam que a roupa de palhaço vai além da fantasia. Ela se torna uma "segunda pele", a continuidade da sua arte, dos seus sentimentos e do seu nariz vermelho.
No dia 11 (domingo), iniciamos os trabalhos de criação dos figurinos. Após aquecimento coletivo, fizemos uma roda de observação dos figurinos de cada um(a), seguida de comentários do palhaço(a) em questão e sugestões de todos(as). E então, mãos à massa!

Mariana orienta a composição dos figurinos dos paspalhos.
Adelma, participante do grupo e costureira, contribuiu com sua experiência profissional.
Pra começar, aquecimentos corporal

No dia 12 (segunda), tudo começou com o cuidado do corpo - o aquecimento corporal. Começamos tocando o próprio corpo "como se o corpo fosse massa de pão de queijo", orienta Cristiano Pena. Depois, o aquecimento da voz. Para isso, alguns exercício e a canção "Palhaços", criada pelos próprios integrantes do grupo de estudo "Paspalhos de Abaeté":

"Palhaço... tô chegando...
Palhaço... tô chegando... 
Olha o riso aqui, olha o riso lá, olha o riso aí...
Ri melhor quem ri de si..."

Mariana entre linhas, tesouras e cores para o figurino do Paspalho Jojô.
Em seguida, partimos para a continuidade da construção dos figurinos dos paspalhos de Abaeté, com orientação de Mariana Roberti.
Júnia Bessa também contribui com os detalhes. 
A sala da Cnec ficou repleta de retalhos e afins, dando a ideia de um "ateliê itinerante"
Botões, fitas, cores, tecidos, medidas, linhas, agulhas, alfinetes, tesouras, máquina de costura e outros materiais foram disponibilizados para que os participantes pudessem criar e confeccionar seus figurinos, contando com a colaboração de todos(as). Cada figurino foi adequando à personalidade do paspalho, seu jeito, suas características e habilidades específicas. Um cuidado e uma dignidade que faz parte do exercício desta arte. 

Poliana Reis orientou o momento reflexivo.
Depois do momento de criação, foi a vez do momento de reflexão orientado por Poliana Reis (foto ao lado). Poliana falou sobre o tema "Arte, Cultura e Sociedade". 


Ela abordou sobre as diferentes manifestações culturais, exibiu fotos de manifestações da região, como a Congada e destacou o conceito de "Ator Social": pessoas que buscam conhecer o contexto social em que vivem e colaboram para transformar essa realidade. Adotam uma postura ativa, se posicionam com relação a cultura. 

"Os princípios do teatro dialogam com os princípios do ator social", afirmou Poliana durante o momento reflexivo. 



Algumas expressões culturais foram exibidas durante
o momento reflexivo. 
Nesse dia, também tivemos a visita do professor de português da escola, Flávio da Silva, que conduz um grupo de poesia na cidade, o "Fazer a Arte".  Ele disse que dedicou essas horas da segunda-feira para ter a oportunidade de observar como são feitas as oficinas, aprender mais sobre o teatro e ainda fazer alguns registros fotográficos. 

No dia 13 (terça), nosso encontro continuou na Cnec. Desta vez, aconteceram as finalizações dos figurinos e a criação de novos. Sim, nesse dia novos participantes apareceram! Os integrantes do "QG da Alegria", grupo de estudos de Quartel Geral, chegaram com seus figurinos e propostas. Mariana dedicou seu conhecimento para concluir o trabalho dos figurinos já iniciados e contribuir com ideias para compor os figurinos dos novos participantes. Todos colocaram a mão na massa. Detalhes e arremates para aluns, observação e criação para outros. O exercício da criatividade seguiu durante toda a oficina. Sempre estimulando a experimentação, Mariana contribuiu com o processo criativo de cada participante.
Mãos para arte...  

Ao final, cada participante apresentou seu figurino na roda coletiva.
A oficina contribuiu para que cada participante descobrisse e intensificasse, através do seu figurino, o paspalho que é, seja Branco, Augusto ou Toni. Com retalhos, pedaços de fita, botões coloridos e criatividade, os figurinos estimularam a auto-estima dos paspalhos e a descoberta de novas possibilidades. 


A noite foi concluída com a exibição e compartilhamento de livros sobre artes cênicas e cultura geral. 


Em parceria com o Ponto de Cultura Caravana de Artesania, Júnia Bessa falou sobre essa possibilidade mágica que a leitura pode proporcionar  e apresentou as obras. 


"Os livros abrem portas para o conhecimento de outras realidades. Permitem o contato com autores que ainda não conhecemos, mas que falam de temas que estão próximos da gente." Alguns livros foram doados para o grupo de estudo teatral de Abaeté e para a biblioteca da CNEC.




Os livros ficaram expostos ao final da oficina. Incentivo à leitura e à busca de novas visões.

No dia 14 (quarta-feira), a oficina foi concluída com dois momentos de contato com o público, onde os paspalhos puderam 'exibir' seus novos figurinos. De tarde, os paspalhos fizeram uma intervenção surpresa no Colégio CENC, ao final de um evento (um teatro) que a escola tinha organizado. 

Paspalhos sobem no palco montado e surpreendem alunos e professores.


No pátio do Cnec, cantam: "Ri melhor... quem ri de si."
À noite, a intervenção aconteceu na Faculdade Funedi UEMG. Os paspalhos interagiram com alunos e professores durante o recreio, criando um momento lúdico e interativo.
Paspalhos brincam de sentar em uma cadeira. 
Tchano, Biju e Ricota: olha o riso aí...
Agradecemos os participantes do grupo de estudos de Abaeté, a produção local (Christiane), a costureira Adelma, a CNEC e a Faculdade Funedi UEMG. Agradecemos também: o Governo de Minas, a ArcelorMittal BioFlorestas e a Prefeitura Municipal de Abaeté.


Por: Ana Lúcia Lopes (Jornalista)
Colaboração: Júnia Bessa e Poliana Reis (Teatro Terceira Margem)