15 de agosto de 2013

Prêmio Carequinha: Abaeté - Oficina de Palhaço

"Olha o riso aqui, olha o riso lá, olha o riso aí...ri melhor quem ri de si..."


De 10 a 15 de agosto, realizamos em Abaeté a Oficina Arte de Palhaços. O foco desta vez foi a criação e confecção de figurinos a partir da customização. Momentos reflexivos também fizeram parte. A orientação foi de Cristiano Pena (teatro) e Mariana Roberti (figurino). No apoio artístico e de produção, Júnia Bessa e Poliana Reis. As atividades aconteceram na CNEC.

No dia 10 (sábado), fizemos aquecimento corporal, sensibilização para o universo do(a) palhaço(a), início do estudo dos figurinos e combinados para o processo desta oficina. Ao final, alguns participantes ficaram para preparar uma saída de palhaços no Baile à Fantasia, na Mansão do Aeroporto. Preparamos figurinos e maquiagens e fomos ao local. A intervenção surpreendeu as pessoas, provocando olhares, risos e curiosidade.






Momento da intervenção artística durante o baile a fantasia. Os participantes observam que a roupa de palhaço vai além da fantasia. Ela se torna uma "segunda pele", a continuidade da sua arte, dos seus sentimentos e do seu nariz vermelho.
No dia 11 (domingo), iniciamos os trabalhos de criação dos figurinos. Após aquecimento coletivo, fizemos uma roda de observação dos figurinos de cada um(a), seguida de comentários do palhaço(a) em questão e sugestões de todos(as). E então, mãos à massa!

Mariana orienta a composição dos figurinos dos paspalhos.
Adelma, participante do grupo e costureira, contribuiu com sua experiência profissional.
Pra começar, aquecimentos corporal

No dia 12 (segunda), tudo começou com o cuidado do corpo - o aquecimento corporal. Começamos tocando o próprio corpo "como se o corpo fosse massa de pão de queijo", orienta Cristiano Pena. Depois, o aquecimento da voz. Para isso, alguns exercício e a canção "Palhaços", criada pelos próprios integrantes do grupo de estudo "Paspalhos de Abaeté":

"Palhaço... tô chegando...
Palhaço... tô chegando... 
Olha o riso aqui, olha o riso lá, olha o riso aí...
Ri melhor quem ri de si..."

Mariana entre linhas, tesouras e cores para o figurino do Paspalho Jojô.
Em seguida, partimos para a continuidade da construção dos figurinos dos paspalhos de Abaeté, com orientação de Mariana Roberti.
Júnia Bessa também contribui com os detalhes. 
A sala da Cnec ficou repleta de retalhos e afins, dando a ideia de um "ateliê itinerante"
Botões, fitas, cores, tecidos, medidas, linhas, agulhas, alfinetes, tesouras, máquina de costura e outros materiais foram disponibilizados para que os participantes pudessem criar e confeccionar seus figurinos, contando com a colaboração de todos(as). Cada figurino foi adequando à personalidade do paspalho, seu jeito, suas características e habilidades específicas. Um cuidado e uma dignidade que faz parte do exercício desta arte. 

Poliana Reis orientou o momento reflexivo.
Depois do momento de criação, foi a vez do momento de reflexão orientado por Poliana Reis (foto ao lado). Poliana falou sobre o tema "Arte, Cultura e Sociedade". 


Ela abordou sobre as diferentes manifestações culturais, exibiu fotos de manifestações da região, como a Congada e destacou o conceito de "Ator Social": pessoas que buscam conhecer o contexto social em que vivem e colaboram para transformar essa realidade. Adotam uma postura ativa, se posicionam com relação a cultura. 

"Os princípios do teatro dialogam com os princípios do ator social", afirmou Poliana durante o momento reflexivo. 



Algumas expressões culturais foram exibidas durante
o momento reflexivo. 
Nesse dia, também tivemos a visita do professor de português da escola, Flávio da Silva, que conduz um grupo de poesia na cidade, o "Fazer a Arte".  Ele disse que dedicou essas horas da segunda-feira para ter a oportunidade de observar como são feitas as oficinas, aprender mais sobre o teatro e ainda fazer alguns registros fotográficos. 

No dia 13 (terça), nosso encontro continuou na Cnec. Desta vez, aconteceram as finalizações dos figurinos e a criação de novos. Sim, nesse dia novos participantes apareceram! Os integrantes do "QG da Alegria", grupo de estudos de Quartel Geral, chegaram com seus figurinos e propostas. Mariana dedicou seu conhecimento para concluir o trabalho dos figurinos já iniciados e contribuir com ideias para compor os figurinos dos novos participantes. Todos colocaram a mão na massa. Detalhes e arremates para aluns, observação e criação para outros. O exercício da criatividade seguiu durante toda a oficina. Sempre estimulando a experimentação, Mariana contribuiu com o processo criativo de cada participante.
Mãos para arte...  

Ao final, cada participante apresentou seu figurino na roda coletiva.
A oficina contribuiu para que cada participante descobrisse e intensificasse, através do seu figurino, o paspalho que é, seja Branco, Augusto ou Toni. Com retalhos, pedaços de fita, botões coloridos e criatividade, os figurinos estimularam a auto-estima dos paspalhos e a descoberta de novas possibilidades. 


A noite foi concluída com a exibição e compartilhamento de livros sobre artes cênicas e cultura geral. 


Em parceria com o Ponto de Cultura Caravana de Artesania, Júnia Bessa falou sobre essa possibilidade mágica que a leitura pode proporcionar  e apresentou as obras. 


"Os livros abrem portas para o conhecimento de outras realidades. Permitem o contato com autores que ainda não conhecemos, mas que falam de temas que estão próximos da gente." Alguns livros foram doados para o grupo de estudo teatral de Abaeté e para a biblioteca da CNEC.




Os livros ficaram expostos ao final da oficina. Incentivo à leitura e à busca de novas visões.

No dia 14 (quarta-feira), a oficina foi concluída com dois momentos de contato com o público, onde os paspalhos puderam 'exibir' seus novos figurinos. De tarde, os paspalhos fizeram uma intervenção surpresa no Colégio CENC, ao final de um evento (um teatro) que a escola tinha organizado. 

Paspalhos sobem no palco montado e surpreendem alunos e professores.


No pátio do Cnec, cantam: "Ri melhor... quem ri de si."
À noite, a intervenção aconteceu na Faculdade Funedi UEMG. Os paspalhos interagiram com alunos e professores durante o recreio, criando um momento lúdico e interativo.
Paspalhos brincam de sentar em uma cadeira. 
Tchano, Biju e Ricota: olha o riso aí...
Agradecemos os participantes do grupo de estudos de Abaeté, a produção local (Christiane), a costureira Adelma, a CNEC e a Faculdade Funedi UEMG. Agradecemos também: o Governo de Minas, a ArcelorMittal BioFlorestas e a Prefeitura Municipal de Abaeté.


Por: Ana Lúcia Lopes (Jornalista)
Colaboração: Júnia Bessa e Poliana Reis (Teatro Terceira Margem)

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