8 de agosto de 2013

Convite: Três Corações - Oficina de Teatro de Rua

De 04 a 08 de agosto, foi realizada a Oficina de Teatro de Rua em Três Corações, região sul de Minas Gerais. O convite veio da Associação Viraminas, que também é Ponto de Cultura. Dialogamos com o grupo Recreação, formado por jovens e pessoas iniciantes nas artes e com o grupo Balaio, composto por adultos e pessoas já iniciadas nas artes. 

A oficina foi orientada por Cristiano Pena (teatro) e Flor Murta (preparação corporal). E contou com a colaboração artística e de produção de Júnia Bessa e Poliana Reis.

1.º dia

No dia 4/08 (domingo), a oficina aconteceu na Praça Odilon Rezende. 
Conhecemos alguns integrantes do Recreação e do Balaio e iniciamos as atividades.`

Começamos ambientado a praça, buscando trazer o clima do teatro de rua, experiência tão antiga da humanidade e às vezes novidade na cidade...


Ao ambientar a praça, começamos a acordar o corpo e a criatividade.


Cristiano explica as bases para a atuação cênica: relação consigo mesmo(a), com o espaço, com o(a) colega, com o público e com a situação/história que está sendo vivenciada.


E a interação começa... trazendo figuras, situações imaginárias e diálogos em silencio entre os participantes e destes com as pessoas que passam pela praça...


Uma escultura coletiva se forma ao centro, concluindo a vivência do dia.


Também fizemos uma caminhada de olhos vendados, percebendo o espaço da praça.
Ao final, uma roda para conhecer o nome e um pouco da história de cada um. 


2.º dia

No dia 5/08 (segunda), as ações aconteceram na sede da Associação Viraminas. 
Chegamos mais cedo para acompanhar um pouco do ensaio das violas, com o prof. Cristiano.
O grupo Recreação apresentou as músicas do repertório, todas inspiradas na cultura popular mineira, sendo algumas de domínio público e outras autorais.


E então iniciamos a oficina. Após ambientar o espaço, Flor propôs exercícios para percepção do eixo do corpo, giros em torno de si mesmo e em torno de um eixo fora do corpo. Giros com um eixo comum a todos e outros desenhos no espaço. 


Cristiano passou algumas bases de capoeira...



E fizemos uma vivência cênica coletiva, onde cada um(a) trouxe para o centro da roda uma contribuição: poemas, músicas, gestos e interações.


De noite, encontramos com o Balaio, também na sede.
Sensibilizamos o corpo a partir da sensação de volume e com caminhadas pelo espaço. 
Fizemos uma improvisação coletiva com a luz apagada e uma paisagem musical ao fundo. 


Ao final, falamos sobre a possibilidade de criar um ambiente propício à criação cênica, buscando uma sintonia coletiva,e estando atentos aos estímulos propostos.  Isso pode ser feito através de um 'ritual' - combinados a serem vivenciados. Vimos como é bom cuidar primeiro do conteúdo interior, das motivações pessoais e coletivas para depois elaborarmos a expressão/forma.

3.º dia

No dia 6/08 (terça), as atividades aconteceram na sede e no espaço externo, chegando em ruas e praças do entorno. 

Primeiro, encontramos com o grupo Recreação. Flor propôs uma coreografia coletiva "militar'', com todos dando passos ao mesmo tempo, ao som do tambor.



Cristiano propôs uma vivência cênica no espaço entorno. 
Colocamos um véu colorido e saímos juntos pelas ruas, sentindo o espaço, batendo palmas e fazendo a coreografia que Flor nos ensinou.



Chegando na praça da igreja, cantamos músicas para as pessoas e recebemos os olhares atentos de pessoas que estavam sentadas na praça, passando pelas ruas, na porta das lojas, das casas e até de sacadas mais distantes.



Chegando na sede, Ronildo nos recebeu brincando com o boi que acabara de criar para a apresentação do grupo. Foi muito bacana!



Ficamos conhecendo o roteiro da apresentação que está sendo criada e vimos o esboço da primeira cena.


Também assistimos vídeos sobre teatro de rua, teatro em espaços alternativos e arte de palhaços. Ao final, refletimos sobre a experiência na rua. Vimos que é bom estudar o local antes da intervenção, falamos sobre a situação de encontrar pessoas conhecidas na rua e de como lidar com os imprevistos sem perder a sintonia da apresentação.


De noite, encontramos com o Balaio. Pegamos cadeiras e panos coloridos, e fomos logo para as ruas. A proposta é que cada um sugerisse uma situação ou movimento e os demais entrassem naquela ideia. E assim foi. 


Surgiram vários desenhos e movimentos coletivos, assim como figuras e situações trazidas pelos participantes. Foi uma vivência inusitada e intensa.



Chegando na sede, continuamos a vivência. cada pessoa escolheu um espaço e apresentou uma sequência de movimentos. A música ajudou a criar um clima para esta vivência.




Ao final, conversamos sobre as vivências, as perspectivas do grupo e outros assuntos relacionados.


4.º dia

No dia 7/08 (quarta), as atividades também aconteceram na sede. 

Com o grupo Recreação, começamos acordando os pés.



Flor orientou exercícios de ativação corporal, fluência e equilíbrio.


Tecemos fios pelo espaço e colocamos flores nos pontos de união.


Movimentamos no espaço criado e fomos percebendo as figuras, ações e histórias que foram surgindo. Depois, cada um apresentou sua sequência para o grupo. 



Ao final, conversamos sobre o espaço cênico. Uma apresentação de rua pode acontecer em 360 graus ou em 180 graus (semi-arena). Vimos como é importante estarmos conscientes disso para poder relacionar com todo o público.


No intervalo do café, com direito a jabuticaba colhida do pé, Flor ensinou a fazer um objeto voador. 


De noite, o grupo Balaio nos mostrou todas as cenas de sua apresentação. O empenho foi tanto que nem parecia ensaio, foi quase uma apresentação! Cristiano também se empenhou para contribuir com o processo do grupo. Ele sugeriu mudar a disposição espacial, para equilibrar as linguagens canto, instrumento e teatro-dança; desenvolver a interpretação através do ensaio, uso da máscara e outras técnicas; e introduzir textos entre uma cena e outra, situando a apresentação e falando sobre a importância da cultura popular mineira.


Flor, Júnia e Poli também fizeram algumas observações.
O grupo gostou das sugestões e o ensaio foi bastante produtivo!



5.º dia
No dia 8/08 (quinta), concluímos a oficina com uma intervenção artística na Praça.

O grupo Recreação colaborou na ambientação do espaço. Depois, fizemos alongamentos com a "saudação ao pôr-do-sol", improvisação e contato com o público. 



Os exercícios, somados à música, textos lidos por Cristiano e a beleza das cores funcionaram como uma convocatória de público.

 

A vivência foi concluída com uma escultura coletiva, que contou com a presença de algumas pessoas que estavam assistindo e quiseram participar.


Olhares atentos, corpo aquecido, concentração e criatividade ativadas... começamos os ensaios com o grupo Balaio. Cristiano introduziu a máscara, que foi bem acolhida pelos músicos intérpretes.



As cenas foram apresentadas com pausas para comentários e sugestões de Cristiano e 
o olhar para a dança de Flor.



Ao final, agradecimentos mútuos pela oportunidade encontro e trocas artísticas.
Os integrantes da Associação disseram que foi uma oficina especial, e que eles terão muitos elementos bons para trabalhar até o fim do ano!


O grupo Balaio existe há um ano e já está se apresentando. A oficina contribuiu para desenvolver suas cenas e introduzir elementos do teatro. O projeto Recreação iniciou suas atividades em maio, com oficinas de canto, instrumentos musicais e a criação do roteiro. O grupo vai apresentar em novembro/dezembro deste ano. A oficina contribuiu para sensibilizar os participantes para as artes cênicas. 

Nesse processo, tivemos muitas oportunidades para conversar e trocar experiências sobre processos de criação e de relações humanas. Também tivemos oportunidade para conhecer a cultura local, através de visitas às cidades de Varginha, São Bento e São Tomé das Letras, além da antiga colônia de hansenianos Santa Fé e da Venda do Chico. Causos, cores e sabores que fazem parte da nossa história e inspiram nossas artes. Quantas Minas Gerais em uma só viagem
Agradecemos os(as) amigos(as) Paulo, Ronildo, Andressa e todos da Viraminas 
e os participantes do Balaio e Recreação.

Sobre a Viraminas: www.viraminas.org.br

Realização: Associação Cultural Viraminas
"Projeto Recreação - Mutirão de Arte e Cultura Popular" - Fundo Estadual de Cultura MG
Apoio: Ponto de Cultura Caravana de Artesania - Associação Teatro Terceira Margem


Um comentário:

  1. Foi maravilhoso...Obrigada Cristiano Pena, Flor, Júnia e Poliana. Voltem!!

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