28 de novembro de 2013

Caravana de Artesania em Pescador e região (3.º ano)

De 19 a 26 de novembro, o Ponto de Cultura itinerante Caravana de Artesania atuou em Pescador, MG, cidade próxima a Governador Valadares. 

Foram dias de encontros, trocas, vivências teatrais e circenses, intervenções cênicas, rodas de conversa e construção de uma rede comunitária em prol da arte e da cultura.


  

Na terça (dia 19/11), começamos os trabalhos no final da tarde, com uma Roda de Conversa na E. M. São Geraldo. O local foi preparado pela escola, com exposição de trabalhos artísticos dos alunos. Aberto pela Secretária de Educação, o encontro reuniu educadores e diretores das escolas públicas da região, artistas e grupos de dança e capoeira, Secretário de Cultura, além de representantes das áreas de Assistência Social, Saúde e Polícia Militar. 

Heloisa Dirce, integrante da Caravana, motivou o contato com a cidade, pois sua família mora na região.
Cristiano Pena participa da abertura dos trabalhos. 
Falamos sobre as bagagens que trazemos e a vontade de troca e aprendizados com a cultura local. Os participantes falaram sobre suas experiências e expectativas para ampliar seus conhecimentos e práticas artísticas. 


Durante a conversa, recebemos de presente uma flor que caiu na roda... cantamos e dançamos comemorando o encontro que estava se iniciando... 



A flor foi colocada no chão, e a sua volta, um círculo foi criado com os panos coloridos...
Ao final, falamos sobre a programação, ajustando horários, ações e locais.


Na quarta de manhã (dia 20/11), encontramos de manhã na Praça São Pedro com os estudantes (crianças e pre-adolescentes) da E. M. São Geraldo. Eles vieram a pé, acompanhados pelas professoras e foram recebidos com acenos de bandeiras...


Para a acolhida inicial, fizemos uma breve intervenção cênica-musical...



Da janela, algumas pessoas acompanharam a intervenção.

E então, nos reunimos em três grupos para fazer dinâmicas, brincadeiras, roda de conversa sobre teatro e circo e para nos preparamos para o cortejo. 



Com cores e animação, seguimos pelas ruas até a E. E. Dr. Tristão da Cunha.




Lá, encontramos com os estudantes  da escola estadual (adolescentes e jovens) e fizemos uma intervenção com a Fanfalhaça, uma fanfarra de palhaços com os artistas da Caravana.



Neste dia, a escola estava comemorando o Dia da Consciência Negra. Para isso, o grupo de capoeira preparou uma apresentação com teatro, dança, poesia, acrobacia e claro, uma roda de capoeira. 


Heloisa Dirce, integrante da Caravana, foi convidada para falar um pouco sobre o tema. 


De tarde, fizemos um passeio pela cidade e descobrimos um acampamento cigano. Conversamos com eles e comentamos sobre a existência de editais do Ministério da Cultura que contemplam a cultura cigana. 

Na quinta de tarde (dia 21/11), retornamos na escola estadual de tarde, desta vez, para fazer um ensaio aberto do roteiro “Uma Casa Bem Assombrada”, uma apresentação de circo teatro de rua. Os alunos da escola municipal também vieram para assistir. 




O espaço da quadra se transformou num teatro, ganhando cores e movimentos. 

Após a apresentação, formamos  três grupos: um com os professores da escola municipal, outro (bem grande) com as crianças da escola municipal e um terceiro com jovens interessados na arte. Em cada grupo, orientamos vivências artísticas e roda de conversa.




Na sexta de manhã (dia 22/11), apresentamos o roteiro “Uma Casa Bem Assombrada” para os alunos da manhã da escola municipal. A apresentação aconteceu na quadra próxima à escola. O público aplaudiu, tirou fotos. 




 

Ao final, uma roda de pessoas interessadas se formou, espontaneamente. Perguntas sobre nossa casa, nossas viagens, treinos... e a vontade de aprender alguns “truques” apresentados.



No sábado (dia 23/11), aproveitamos a luz e a sombra fresca do fim de tarde para apresentar na Praça São Pedro o roteiro “Uma Casa bem-Assombrada”. Crianças, jovens, adultos e terceira idade corresponderam ao chamado feito pelo carro de som, página do facebook, boca-a-boca... A feirinha beneficente ajudou a trazer o clima comunitário. Antes da apresentação, Titetê apresentou a cena “A flauta que ela me faz” e Ricota apresentou a cena "O jardim da Ricota".




No domingo (dia 24/11), a luz e o clima fresco do fim de tarde nos ajudou novamente. Desta vez, a proposta era fazer um cortejo cênico-musical pelas ruas do centro.

Ficamos sabendo que na cidade tinha uma orquestra, a "Filarmônica Santa Cecília". Conversamos com o maestro Isaías e convidamos a banda para participar do cortejo. Combinamos de encontrar na Praça São Pedro para preparar para o cortejo. Convite feito, ficamos aguardando... e eles vieram!




Rapidamente pegamos nossos instrumentos e os recebemos ao som da Fanfalhaça.



E eles, por sua vez, tocaram "Dois Corações" (que é também do nosso repertório) e outras músicas.


O encontro que nos deixou mais animados ainda para o cortejo.




Logo foram se aproximando crianças e adolescentes, convidados ao longo da semana e outros que ficaram sabendo da proposta na hora. Distribuímos materiais circenses e nos organizamos em "alas". Sombrinhas e bandeiras coloridas na frente, com Ricota, Fubá e Florência. No apito e na perna de pau, Tchano. Atrás do bambolê da Biju, ala dos panos "dançantes". Com swinge e na perna de pau, Titetê. No final, a banda tocando seus dobrados.




Os moradores apreciaram as músicas, coreografias e poesias, da cultura popular e inventadas.


E o cortejo seguiu, colorindo as ruas do centro da cidade.



Na despedida, tiramos uma foto com todos os integrantes, no local onde a banda ensaia.


Na segunda (dia 25/11) manhã, fizemos uma Roda de Conversa sobre arte, cultura e sustentabilidade. O encontro aconteceu no salão paroquial e contou com a participação do Secretário de Cultura, irmãs franciscanas, bibliotecária, agentes da saúde e apoiadores da cultura. 



Falamos sobre cultura, cultivar, cuidar, valores, hábitos e respeito à diversidade. 



Compartilhamos nossa experiência na gestão de projetos culturais, a importância de se pensar nas parcerias, continuidade e sustentabilidade das ações. Também falamos sobre editais públicos ligados a cultura, entre eles, o programa Pontos de Cultura.


Cristiano orientou a conversa (na foto, blusa que a prefeitura criou em apoio a Caravana.)
De tarde, fizemos uma visita artística ao Asilo de Pescador, ligado à Associação Frei Inocêncio. A Fanfalhaça passou pelo jardim, rampa, sala, quartos, cozinha e outros espaços, sendo bem recebida pelas pessoas da terceira idade - alguns até deram passos de dança!, funcionários(as) e trabalhadores que estavam no local. 





Na terça (dia 26/11), de manhã, orientamos uma vivencia artística no salão paroquial, destinada ao grupo da terceira idade que é ligado a um programa estadual de saúde. Após a roda de apresentações...


Fomos para a sala ao lado, onde orientamos aquecimento corporal, arte terapia, contação de histórias e vivências de brincadeiras e cantigas. 


 

Jornais educativos foram distribuídos pela equipe ao final do encontro.
Em seguida, seguimos com nossas malas para  o Assentamento Oziel Alves Pereira, que fica próximo a Governador Valadares. Foi uma breve visita, para re-encontrar com alguns amigos: Maria, Teresinha, Enio e outros participantes do MST - Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. 


Conversamos sobre possibilidades e desafios de continuidade do trabalho artístico iniciado em 2012 (acesse relato aqui), as prioridades e a agenda do movimento e trocamos contatos.



E então, seguimos para Belo Horizonte. No caminho, falamos sobre o trabalho realizado, conquistas, desejos e desafios da arte comunitária... A conversa inspirou a elaboração de um texto pelo colega Cícero Silva (acesse aqui). 

Todas as atividades foram oferecidas à comunidade de forma gratuita. No total, foram abrangidas mais de 2.000 pessoas, de todas as idades e realidades sociais. As ações da Caravana motivaram a Prefeitura a realizar a 1.ª Semana Cultural de Pescador. Assim, a programação incluiu outras atividades promovidas pela própria prefeitura, como exposição de trabalhos de alunos, barracas beneficentes e apresentações. 

Agradecemos aos artistas integrantes da Caravana (Cícero Silva, Cristiano Pena,  Heloisa Dirce, Júnia Bessa, Niel Flávio e Poliana Reis), a Secretária de Educação Andreia, ao Secretário de Cultura Marcos, ao Prefeito Luciano Sartori, as equipes das escolas públicas municipal e estadual, as equipes do Asilo, do Salão Paroquial e do Grupo da terceira idade, a Filarmônica Santa Cecília, ao Grupo de Capoeira, ao Hotel Três Irmãs, ao Restaurante do Lúcio, a Polícia Militar, aos participantes das vivências e ao respeitável público de Pescador.


Valeu, valeu. Até a próxima!