Em maio, o projeto Artesania Nômade promoveu uma Oficina Montagem em Quartel Geral e duas Oficinas-Encontro em Bom Despacho.
A Oficina Montagem foi destinada ao grupo de estudos "QG da Alegria" de Quartel Geral. Orientada por Cristiano Pena (Teatro Terceira Margem), a oficina contou com os convidados Affonso Monteiro e Paula de Franco (Circo Aloma) e a colaboração de Júnia Bessa (Teatro Terceira Margem).
As atividades foram realizadas de 16 a 25 de maio. Os encontros aconteceram no salão da Vila Vicentina, espaço gentilmente cedido para o projeto. O local estava ocupado nos primeiros dias e por isso os mesmos aconteceram na Casa da Árvore, local onde os artistas orientadores estavam hospedados. Foram realizadas três experimentações cênicas: um ensaio aberto na rua em frente ao salão, um cortejo cênico-musical nas ruas do bairro das Casas Populares e uma apresentação na Praça da Matriz, na feirinha. Na apresentação de sábado, recebemos a visita de integrantes dos grupos: Cia do Riso de Abaeté, Sapere Arte de Dores do Indaiá, CenAção e Sorriso Feliz de Martinho Campos, além do maestro Lelo e da fotógrafa Sueli Santos do Colherada Mineira.
A oficina abordou técnicas de arte mobilização. O grupo QG da Alegria em recebido convites de órgãos da prefeitura, escolas, ong´s para apresentar cenas temáticas, abordando a questão da saúde, drogas, entre outros temas. Assim, na oficina abordamos questões presentes no cotidiano na cidade, levantadas pelos próprios participantes, como: "não tem nada o que fazer na cidade", "o que é bom vem de fora", depressão, preconceito, desrespeito na escola, agressão em família, violência em geral, drogas, como a tecnologia está influenciando a vida dos jovens e gravidez na adolescência. Foram criadas três cenas, um prólogo (início) e um epílogo (final). Com bambus e TNT´s criamos os "bastões da vida", que deram cor e plasticidade nas movimentações coletivas e fizeram parte do cenário.
O bazar de trocas de figurinos foi montado novamente, com apoio do Ponto de Cultura Caravana de Artesania. Mais um momento pra troca-troca de roupas e elaboração de figurinos a partir da solidariedade e sustentabilidade.
No dia 18/05 (domingo), foi realizado uma Oficina-Encontro de Palhaços e uma intervenção cênica em Bom Despacho, com os integrantes do Construindo Alegria. No dia 24/05, o arte educador Dimir Viana orientou a Oficina-Encontro Teatro do Oprimido para estudantes de pedagogia.
No dia 18/05 (domingo), foi realizado uma Oficina-Encontro de Palhaços e uma intervenção cênica em Bom Despacho, com os integrantes do Construindo Alegria. No dia 24/05, o arte educador Dimir Viana orientou a Oficina-Encontro Teatro do Oprimido para estudantes de pedagogia.
Acompanhe os acontecimentos através do texto e das fotos tiradas por Talisson Kilmer (Colherada Mineira) e por outros colaboradores.
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Os primeiros encontros aconteceram na "casa da árvore".
Para os participantes encontrarem mais facilmente o endereço, preparamos uma "recepção colorida".
Muita concentração para sugerir temas relevantes para a comunidade. O que abordar através do nosso teatro? o que está sendo mais importante e urgente?
Após levantar tantos conteúdos nesta primeira noite de frio, hora de aquecer os corpos.
No dia seguinte, apareceram os bastões.
Cabos de vassoura se transformaram no nosso "Bastão da Vida". Eixo, estrutura, defesa, luta...
Com instrumentos de percussão, os visitantes criaram um ambiente sonoro para as improvisações. Matrizes africanas (capoeira) e indígenas(danças) surgem no espaço cênico...
Nos andaimes da "casa da árvore", uma observadora atenta anota tudo, elaborando falas, cenas e situações. A dramaturgia (texto teatral) está nascendo!
No dia 18/05, o convite para realizar uma intervenção teatral em Bom Despacho acabou se tornando um encontro artístico entre as cidades de Bom Despacho, Dores, Martinho, Abaeté e BH.
Após a maquiagem, instrumentos e adereços a postos!
Roteiro de cenas combinado e aberto a surpresas...
Vamos para a rua, ao encontro do querido e respeitável público.
O cortejo cênico musical-saiu da praça da Matriz, após a missa...
...e seguiu pelas ruas do centro da cidade...
...em direção ao Museu Ferroviário que estavam fechando a programação da "Semana do Museu".
Na praça da rodoviária, ao lado do Museu, cada grupo de estudo apresentou um pouco do seu repertório artístico.
O público acompanhou tudo, atento às cenas e se divertindo com os palhaços.
A apresentação foi tão bacana que a equipe da Secretaria Munic. de Cultura fez um convite para novas ações! De tarde, vivenciamos mais momentos de trocas e aprendizados artísticos com a Oficina-Encontro Arte de Palhaços.
Voltamos para Quartel com a bagagem recheada de alegria, aprendizados e motivação! Os encontros foram transferidos para o Salão da Vila Vincentina. Rapidamente, instalamos nossos panos coloridos para criar o clima do teatro.
Tivemos momentos para aquecimento e sensibilização do corpo e da voz, exercícios teatrais e improvisações cênicas.
E também o estudo de texto, também conhecido como "estudo de mesa". Com as sugestões dos participantes e as provocações dos orientadores, três cenas foram elaboradas. As falas foram distribuídas e os ensaios começaram.
Questões como a depressão, o desânimo e a solidariedade foram abordadas na primeira cena, de teatro do absurdo, inspirada na peça "Esperando Godot".
Cena 1: Duas pessoas esperam uma "salvação" que vem de fora... Enquanto vivem essa espera infinita, uma delas sente um vazio insuportável e perde seu coração. Com a ajuda dos próximos, ela se recupera.
Preconceito, identidade e respeito à diversidade foram temas abordados na segunda cena, delicada e poética.
Cena 2: Duas meninas. Uma do interior e outra da cidade grande vivem um dia parecido. Ao fundo, outros dois atores refletem e interagem com as ações, como reflexos de um espelho.
Na terceira cena, abordamos as pressões do contexto social: agressão na família, desrespeito na escola, drogas...
Cena 3: Dois amigos querem brincar, mas um deles está preocupado com um "problemão". Um não, vários. Sua irmã que corre o risco de perder as amizades se não topar frequentar o "bar de cada dia". Os pais do menino brigam em casa e na escola as professoras reclamam da falta de educação dos alunos. Um problemão pra resolver... mas dando um passo de cada vez, quem sabe?
Enquanto a cena avança, os figurinos e adereços acompanham!
Com apoio do Ponto de Cultura Caravana de Artesania,
Os cabos de vassoura usados nos primeiros dias foram substituídos por bambus maiores que, por sua vez, foram recobertos com tecidos (TNS´s) e fitas isolantes coloridas. Cada participante criou um adereço cênico.
Com apoio do Ponto de Cultura Caravana de Artesania,
montamos novamente o bazar de trocas de figurinos.
E quase todo dia teve troca-troca de roupas:
experimenta daqui, traz roupa de acolá...
Outra contribuição do Ponto de Cultura Caravana de Artesania foi a distribuição de folhetos sobre grupos artísticos de todo Brasil. O material foi obtido em encontros da TEIA Nacional e Estadual dos Pontos de Cultura e está ajudando a criar referências artísticas para os participantes do interior de Minas.
Os cabos de vassoura usados nos primeiros dias foram substituídos por bambus maiores que, por sua vez, foram recobertos com tecidos (TNS´s) e fitas isolantes coloridas. Cada participante criou um adereço cênico.
E as cenas também foram pra rua! Um dia, para fugir do barulho, fomos ensaiar na praça. O que era problema virou solução! Na rua, descobrimos a necessidade de aumentar a projeção da voz e incorporar mais o texto.
O grupo QG da Alegria, anfitrião desse dia, apresentou as cenas criadas na rua em frente ao salão paroquial, como um ensaio aberto.
"Imagine só...
uma cidade que abre suas ruas para o teatro,
mobiliza seus moradores para serem os atores,
reserva escadas serem arquibancadas de teatro,
e reserva seu tempo para o acontecimento teatral.
Que cidade é essa?"
E então seguimos para o bairro das Casas Populares, num cortejo cênico-musical...
No começo, os moradores ficaram só observando...
Depois, foram se soltando e entrando na brincadeira...
Interagimos com as ruas de terra, as casas, o campo de futebol, uma pipa... tudo foi tornando nossa intervenção ainda mais interessante. É a teia da colaboração artística cada vez mais forte!
Entre uma brincadeira e outra, perguntamos o nome do bairro aos moradores. Como ninguém se lembrava mais, batizamos o bairro como "Rua da Alegria". Eles gostaram!
Na hora dos agradecimentos, quantos artistas e grupos.
Ainda bem que a rua era graaande... e os aplausos também!
Domingo foi o último dia da oficina. A apresentação estava marcada para a noite, na Praça da Matriz. Durante a maquiagem, repassamos os textos, acalmamos a ansiedade e firmamos a sintonia do grupo.
A apresentação aconteceu durante a feira, evento tradicional da cidade. Os refletores ajudaram na iluminação. O público apreciou as cenas e nos deram retornos sobre o que acharam dos temas abordados. Convites para mais apresentações já surgiram!
No dia 24/05, o arte educador Dimir Viana orientou a Oficina-Encontro "Teatro do Oprimido" no SESC de Bom Despacho. A oficina contou com a participação de 20 estudantes de Pedagogia, uma pedagoga já atuante, uma atriz amadora de Bom Despacho e um aluno da rede municipal de ensino.
O convite veio de uma integrante do grupo Construindo Alegria, que também é estudante de pedagogia. Com 4h de duração, a atividade fez parte da programação da I Jornada Pedagogica, realizada pela Turma 2012 – 2015, da Faculdade de Educação de Bom Despacho (FACEB).
O primeiro momento consistiu na parte teórica do Teatro do Oprimido, onde o orientador elucidou a turma acerca desta vertente de Teatro e de como é sua intervenção nas escolas. Em seguida, a turma participou de jogos práticos e alguns exercícios de ritmos e coordenação.
Todos os participantes ficaram satisfeitos com a oficina e aguardam a continuidade da prática do Teatro do Oprimido. Esta ação também foi promovida pelo projeto Artesania Nômade.
E estas foram nossas vivências nesses dias de maio.
Agradecemos a todos os participantes e colaboradores das ações.
E até a próxima!
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BalançoCidades beneficiadas: Quartel Geral e Bom Despacho
Número de oficinas: 01 Oficina Montagem, 02 Oficinas Encontros e 1 Encontro teórico
Número de apresentações: 04 intervenções artísticas
Número de pessoas: 75 participantes e 600 espectadores
Apoio: Prefeituras Municipais de Bom Despacho e Quartel Geral.
Esta ação contou com apoio do Ponto de Cultura Caravana de Artesania
Esta ação contou com apoio do projeto Artesania Nômade - Lei Federal.
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