13 de maio de 2014

Artesania Nômade em Dores do Indaiá

Em maio, o projeto Artesania Nômade promoveu a Oficina Montagem em Dores do Indaiá.


A oficina foi destinada aos grupos de estudos "Sapere Arte" e "Agere´s". Orientada por Cristiano Pena (Teatro Terceira Margem), a oficina contou com os convidados Walda Leão (contadora de histórias), Affonso, Paula e Max da família Monteiro (Circo Aloma) e a colaboração de Júnia Bessa (Teatro Terceira Margem). 



As atividades foram realizadas de 3 a 11 de maio na Casa da Congada e na sede da Ong Raio de Sol. 


A oficina abordou a contação de histórias,  a criação de figuras (personagens), a elaboração de figurinos e maquiagem, a confecção de adereços cênicos, a ambientação sonora, a criação de cenas, o compartilhamento de poemas e livros (por iniciativa de uma integrante), a elaboração de roteiro, a relação com espaço cênico (ruas, praças, arquitetura local) e a experimentação de equipamento circense (perna de pau). 



Foram realizadas quatro experimentações cênicas:  duas nas ruas do entorno da Casa da Congada (próx. a Igreja do Rosário), uma em frente a antiga Estação de Trem e a última nas ruas do bairro São José. 


Os participantes tiveram acesso a conhecimentos e técnicas relacionadas a atuação cênica, que contribuíram para ampliar os repertórios artísticos dos grupos. Observamos o desenvolvimento artístico das crianças, jovens e adultos, que demonstraram mais capacidade de concentração, memória, expressão e criatividade. Através das intervenções cênicas, o público pode apreciar o processo criativo e ainda lembrar do tempo em que o trem circulava pela cidade trazendo e levando pessoas, hábitos, novidades e histórias. 



Familiares e amigos dos participantes acompanharam as atividades, contribuindo com apoio e incentivo. O maestro Lelo contribuiu na ambientação sonora, nos ajudando a utilizar instrumentos de percussão e a criar ritmos que lembrassem o som do trem. O poeta Junio criou um poema especialmente para a apresentação (abaixo, ao final). Também recebemos a visita integrantes dos grupos Cia do Riso de Abaeté e QG da Alegria de Abaeté. 


A apresentação do dia 10/05 foi filmada pela equipe do projeto EntreCenas. Ao final do ano, será divulgado um filme com imagens de 14 grupos contemplados pelos projetos culturais patrocinados pela ArcelorMittal. Também estiveram presentes neste dia Marci Barros e Magna Soares, funcionárias da empresa. 






Serão agendados mais dois encontros de continuidade desta oficina. Com apoio do Ponto de Cultura Caravana de Artesania, montamos um bazar de trocas de figurinos colaborou bastante com o processo de criação de figurinos. Foi um ótimo troca-troca de roupas, que agora segue para a próxima cidade, Quartel Geral. 

A sugestão dos participantes era que o local da apresentação fosse a antiga Estação de Trem, local significativo para a história de Dores e que hoje está abandonado. A intenção era chamar a atenção das pessoas para o local e contribuir para a possibilidade de transformá-lo, por exemplo, na sede da Secretaria Municipal de Cultura. Assim, começa nossa história... 

***

"Era uma casa amarela, que tinha uma janela,
e na janela um quarto, dentro do quarto uma cama,
debaixo da cama uma mala, dentro da mala um livro
e dentro do livro uma história, que eu vou contar pra vocês..."


Ha muitos e muitos meses atrás, chegou na cidade de Dores do Indaiá alguns artistas de teatro de rua. Após a apresentação na praça, eles convidaram o público para participar de uma oficina de teatro. Oficina? Sim, uma espécie de curso de teatro. Ali, muitas pessoas da cidade se encontraram e se re-conheceram... experimentaram também alguns "segredos públicos" dessa arte milenar, o teatro. 

Após alguns encontros, tentativas e descobertas, indas e vindas, os participantes resolveram que queriam também fazer teatro em sua própria cidade. Mas... seria possível? por onde começar? Os artistas visitantes, que sempre retornavam a cidade com mais oficinas, logo se ofereceram para ajudar nessa empreitada. E assim, nasceram os grupos Sapere Arte e Agere´s, grupos de estudos de artes cênicas da cidade de Dores do Indaiá.

Após vários estudos, ensaios e apresentações... chegou o dia de mais uma oficina. Só que desta vez, o foco da oficina era os próprios grupos! O que queriam falar, experimentar...? Ah, o Trem! Como ponto de partida para a criação foi escolhido o trem. 
Que fez parte da história da cidade e cuja memória ainda se mantém de pé através da antiga Estação de Trem. 

Assim nossa viagem começou começou, com a chegada de um "louco motivo", quer dizer, de uma locomotiva. Conduzidos por Cristiano, começamos nosso percurso criativo com músicas, poemas, exercícios e memórias inspiradoras... Logo, com nossa memória inventada criamos uma estação de trem, usando panos coloridos, cordas e cadeiras.

A paisagem foi surgindo... e através do olhar sensível de Sueli Santos, fotógrafa do Colherada Mineira, você poderá avistá-la pela janela!




Na primeira parada, conhecemos Walda Passos. Uma encantadora de histórias que nos mostrou como tudo é vivo dentro de uma história. Uma planta, um animal, o vento... tudo fala. Ficamos sabendo que os contos podem ir além, muito além do entretenimento. Ultrapassam os séculos, as fronteiras geográficas e permanecem vivas até hoje. Certas histórias, conhecidas como contos de ensinamento, alcançam camadas profundas da personalidade. Guardam conhecimentos antigos e apontam saídas para labirintos da humanidade!



Assim, chegaram até nós as histórias de Nasrudim, um sábio malandro que chegou no mercado da cidade prometendo: "Quem quer sucesso, dinheiro, saúde, arte e felicidade, sem nenhum esforço?"... 



A história da Jóia Perdida, onde num reino muito distante, os filhos do rei e da rainha deveriam ir até um local estranho para buscar uma joia preciosa e só então poderiam voltar ao castelo. 



E a história do "melhor lugar do mundo", onde um grupo de viajantes encontrou um lugar perfeito para fundar sua comunidade harmoniosa, mas antes tiveram que enfrentar um mostro verde que guardava uma fonte...


Ouvimos histórias sobre tempo (missão), lugares e pessoas. E com mais entusiamo, cores, pensamentos, atitudes e emoções, prosseguimos nossa jornada. 




Na segunda parada, encontramos Lelo, um músico vindo de São Paulo, morou no Espirito Santo e agora está de pouso em Dores. Com sua experiência musical, ele nos ajudou a criar o ambiente sonoro da nossa apresentação.




Também conhecemos o Júnio Lourenço Barbosa, amigo dos participantes e poeta de Dores do Indaiá. Após observar silenciosamente nossos ensaios, nos presentou com este belo poema:



Ah, que beleza esta viagem! Mas estava faltando algo... algo essencial a todo artista de rua: o público. Com tanta bagagem criada, já estava na hora de sair pra rua. 




Na terceira parada, criação de figurinos...




... e confecção de adereços. Affonso, Paula e Max, do Circo Aloma, chegaram para contribuir com o processo criativo.




Com tudo pronto e mais alguns ensaios... 


Apresentamos na antiga estação de trem e nas ruas do bairro São José. Belos momentos!















E assim chegamos ao final dessa viagem. Revelamos aqui algumas fotos do nosso álbum coletivo:




As participantes grávidas receberam todo o apoio do grupo.

Essa foi a nossa viagem... até a próxima!

"Essa história subiu pelo pé do pato e desceu pelo pé do pinto. Quem gostou, conte até cinco!"

***
Balanço
Cidades beneficiadas: Dores do Indaiá
Número de oficinas: 01 Oficina Montagem (e 1 espetáculo em parceria com Circo Aloma - Prêmio Cena Minas 6.ª ed.)
Número de apresentações: 04 intervenções artísticas
Número de pessoas: 20 participantes e 450 espectadores


Apoio: Prefeitura Municipal de Dores do Indaiá


Esta ação contou com apoio do Ponto de Cultura Caravana de Artesania.

Esta ação contou com apoio do projeto Artesania Nômade - Lei Federal.

Um comentário:

  1. Parabéns pelo projeto e entusiasmo dos participantes e organizadores. Além do entusiasmos de todos, acredito no Projeto porque pelo que percebi é independente e não dependerá da politica de Dores do Indaiá. "Andará com suas próprias pernas." Colocamos a Casa de Congada do Bairro Juiz de Fora à disposição para continuidade do projeto.

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