25 de abril de 2018

Caravana de Artesania em Senador Modestino Gonçalves - abril


Em abril, a Caravana de Artesania retornou a cidade de Senador Modestino Gonçalves. De 13 a 23 de abril, aconteceram: oficinas para crianças, jovens, adultos e terceira idade, aula aberta, apresentação de espetáculos e rodas de conversa. A equipe desta viagem contou com a participação de Cristiano Pena, Júnia Bessa e Grupo Maria Cutia. As ações contaram com o apoio da Prefeitura Municipal da cidade e tiveram como base o Galpão do Produtor.

Acompanhe os acontecimentos através das fotos e detalhes abaixo.


Oficina de Circo para crianças

A Oficina de Circo atendeu uma turma de aprox. 25 crianças de 7 a 12 anos. Com orientação de Júnia Bessa e Cristiano Pena, foram desenvolvidos os seguintes conteúdos: aquecimento corporal-vocal, músicas do repertório circense (chulas), presença cênica, acrobacia, contorcionismo, malabares e acrobacia aérea, além de rodas de conversa. A oficina aconteceu no Galpão do Produtor, de 14 a 21/04, de 8h30 às 10h30 da manhã.

Os encontros seguiram o roteiro:
- acolhida
- preparação corporal-vocal
- treinamento de habilidades circenses
- apreciação de produção artística, roda de conversa ou criação cênica
- conclusão

Durante a acolhida, fizemos uma roda onde cada um falou seu nome com um gesto e depois todos repetiram o nome e o gesto. Além de desinibir, é uma forma de lembrar o nome de cada um. No começo, as crianças ficaram com vergonha mas depois cada uma queria ir lá no meio da roda para falar o seu nome. A dinâmica foi usada depois na aula aberta, como uma forma dos participantes se apresentarem ao público.



Uma boa preparação corporal para o circo deve contemplar: 
flexibilidade, força e condicionamento cardiovascular.

Trabalhamos a flexibilidade através do movimento das articulações do corpo (dos pés a cabeça) e dos alongamentos.





Para desenvolver a força, fizemos exercícios com os braços (flexão), abdomen (abdominais) e pernas (agachamentos).




Finalmente, para ativar o coração, usamos a corda e os saltos no lugar.


Na preparação vocal, trabalhamos: a ativação dos músculos da face, a respiração plena, o aquecimento dos lábios e da língua (brrr e trrr), a articulação das palavras com travalínguas da tradição popular e músicas do circo, como o "Vai vai vai começar a brincadeira" e as chulas "Hoje tem espetáculo?"

Escolhemos algumas habilidades circenses compatíveis com as idades da turma e com os equipamentos disponíveis.

Para trabalhar o equilibrismo, escolhemos o "aviãozinho". Nessa posição, é importante alongar as  pernas (fazendo ponta de pé) e os braços (com energia nas mãos). Olhar para um ponto no espaço em frente ajuda a manter o equilíbrio.



No contorcionismo, treinamos a abertura e a ponte.

Antes da abertura, é bom aquecer a articulação coxo-femural fazendo "borboletinha".




Na ponte, devemos cuidar da posição das mãos colocando todos os dedos no chão. Olhar o chão ajuda a dar equilíbrio. Os mais habilidosos podem treinar tirar um dos pés ou uma das mãos.





Fizemos também a vela. Para chegar nesta posição é importante passar por três etapas: deitados, lançar as pernas em direção a cabeça; depois, apoiar as costas com os braços; por último, esticar as pernas apontando os pés para o teto.


Rolamento é o nome técnico para a cambalhota. No rolamento, também passamos por etapas: agachar, colocar as mãos no chão sem encostar os joelhos no chão, encostar o queixo no peito, esticar as pernas e rolar! Cuidado para não apoiar a cabeça no chão, quem segura o peso do corpo são os braços.



Nesta variação do rolamento, duas pessoas rolam ao mesmo tempo. O movimento fica engraçado e por isso costuma ser feito pelos palhaços.


Na acrobacia, trabalhamos a segunda altura. Na linguagem circense, a segunda altura corresponde ao corpo apoiado na cintura. Se a pessoa subir no ombro do colega, seria a terceira altura. 


A pessoa que fica na base é chamada de portô. 
A pessoa que fica no alto é o volante.



Malabares é a arte de lançar objetos e mantê-los no ar, ou manipular objetos com destreza. Pode ser praticado com diferentes objetos, incluindo bolas (mais comum), claves, diabolôs ou até mesmo objetos inusitados como laranja, celulares ou ovos.

Usamos na oficina as tradicionais bolinhas.





E também os bambolês, que fizeram sucesso tanto para as meninas quanto para os meninos.







As crianças menores usaram a fita olímpica.




Na acrobacia aérea, usamos o tecido. 
Esta técnica também encantou as crianças de todas as idades.









Além de praticar, é importante ampliar as referências artísticas através da apreciação (fruição) de outras produções. No nosso caso, ouvimos o CD "Circo" do Grupo Parlapatões de São Paulo - SP.


Finalmente, passamos para a fase de criação. 
Criamos uma "foto" reunindo várias habilidades circenses.




No dia 21/04, sábado, convidamos os pais e responsáveis pelas crianças para uma aula aberta. Fizemos uma maquiagem básica em cada um...




... passamos pelo aquecimento...


E cada um falou seu nome para o público.


Passamos então para as habilidades treinadas nas oficinas.

Além de trabalhar o corpo, o equilibrismo ajuda no equilíbrio das emoções. 
Este exercício, também usado na ioga, acalma e estimula a auto-confiança.


Aqui, um grupo fez a ponte enquanto o outro fez a abertura.


Todos experimentam a vela, outro exercício usado também na ioga.


Na fila do rolamento, os participantes aprendem também a esperar. No circo, é importante a paciência, a persistência e a visão de equipe.


A pirâmide foi feita por vários participantes ao mesmo tempo.


Em grupos, apresentamos os bambolês com giros na cintura e nas mãos.



O público assiste a tudo, com atenção.


E finalmente o tecido, onde as crianças realizaram manobras com o suporte do Cristiano.



E assim, concluímos a oficina. Entre os pontos positivos, vimos: a motivação, a participação (com pontualidade e assiduidade de vários participantes) e a confiança. Entre os desafios, percebemos: a concentração e a relação entre os colegas (pode ser mais respeitosa).

Grupo de estudos cênicos para jovens e adultos
Com orientação de Cristiano Pena, a oficina aconteceu nos dias 13, 14, 17, 18 e 23/04. Primeiramente, constatamos as dificuldades de se mobilizar mais participantes desta faixa etária.



Houve uma roda de conversa sobre a possibilidade de se formar um grupo de teatro na cidade. Vimos que é necessário um trabalho maior de formação de público através de apresentações.


Foi exibido o vídeo sobre Estilos Teatrais: teatro de rua, arte de palhaços, teatro em espaços alternativos e outros estilos teatrais (Teatro do Oprimido, Sombras, Bonecos, etc).


O próximo encontro ficou marcado pro mês que vem.


Vivências Cênicas para terceira idade
Com orientação de Júnia Bessa, aconteceram dois encontros com a terceira idade: dias 17 e 19/04. A proposta foi trabalhar a saúde corporal, afetiva e mental.

Preparamos o espaço e aguardamos a chegada dos participantes. A mobilização também foi um desafio para este grupo.





Um a um, foram chegando. O grupo ficou pequeno, mas a confiança foi grande! Então, começamos a ativar o corpo. Após os alongamentos...




... fizemos um circuito de ações, com movimentos para pernas, braços, coordenação motora, equilíbrio... Escolhemos ações não cotidianas, para ampliar o repertório corporal-simbólico dos participantes.


Depois, ativamos as emoções. No primeiro dia, vivenciamos emoções básicas humanas: alegria, tristeza, medo, raiva e amor. No segundo dia, os panos coloridos viraram roupas, pássaros, véus de noiva, fantasmas, arco-íris e outras figuras/situações da nossa imaginação.



Por último, estimulamos o pensamento. Júnia contou novamente a história "Guilherme Augusto Araújo Fernandes" que fala de um menino que queria ajudar uma senhora, sua amiga, que havia perdido suas memórias. Ao final, conversamos sobre o que é uma memória. O passado veio à tona: infância, pais, namoro, trabalho... Uma senhora contou que foi escrava (para minha surpresa!) e como a vida foi difícil pra ela...


Ao final, cantamos músicas do Vale do Jequitinhonha. Todos foram desafiados a cantar pelo menos um verso! Duas senhoras surpreenderam. Tinham tantos versos na cabeça "como há letras no jornal". Poderiam ficar a tarde toda cantando, tranquilamente...

Espetáculo "Como a gente gosta"
O Grupo Maria Cutia de Belo Horizonte apresentou o espetáculo "Como a gente gosta", uma comédia romântica livremente inspirada na obra de Willian Shakespeare. A peça foi apresentada na Praça da Cavalhada, no domingo (22/04) de noite. 

Na chegada dos artistas, um amigo da Caravana perguntou: "e o Willian, ele veio também?" Realmente havia um Willian na equipe, na técnica. Mas o que o nosso amigo Gabriel queria saber era se o Willian Shakespeare havia chegado! Achamos muita graça na pergunta e explicamos: Willian Shakespeare foi um dramaturgo inglês conhecido no mundo inteiro por suas peças. Viveu nos séculos XVI e XVII.



Entre frutas e flores, os artistas se preparam...



O público se concentrou na praça para assistir. 


Mesmo a peça sendo escrita a mais de 400 anos, a qualidade do texto e a interpretação dos atores conquistou o público que acompanhou tudo com empatia e atenção.




No desfecho final, um espectador entrou em cena para fazer o papel do Duque.



Uma tradição do teatro de rua diz que é bom sinal a presença de crianças, cachorros e bêbados - pois eles só ficam onde está tranquilo. Se houver confusão, eles se afastam logo! Assim, agradecemos a presença do amigo Josias que nos divertiu com suas trapalhadas e comentários espirituosos.


Espetáculo "Na Roda"
Na segunda (23/04), o Grupo Maria Cutia apresentou  o espetáculo brincante "Na Roda". A apresentação lúdica envolveu músicas, brincadeiras e histórias inspiradas na cultura popular do Vale do Jequitinhonha e do Norte de Minas. O público foi composto por crianças da Escola Municipal Judith Canuto, onde aconteceu a apresentação, e crianças da creche Abelhinha Feliz.












Agradecemos os nossos parceiros: ArcelorMittal, Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais e Prefeitura Municipal de Senador Modestino Gonçalves. Também agradecemos a Igreja Nossa Senhora do Rosário, a E. M. Judith Canuto, a creche Abelhinha Feliz e Paula França, pelo apoio nas apresentações. 

Saiba mais 
- Chulas: são músicas de perguntas e respostas cantada pelos palhaços. Antigamente, o anúncio da chegada do circo nas pequenas cidades do interior era feito pelos palhaços que, acompanhados por um séquito de crianças, saíam às ruas cantando chulas. 
- CD Circoo CD traz canções tradicionais e uma narrativa que conta a História do Circo no Brasil.Foi gravado pelo Grupo Parlapatões e diversos convidados em 1998 (gravadora Atração), por encomenda da Funarte. Neste mesmo ano, foi indicado ao Prêmio Sharp de melhor CD Infantil. 
- Grupo Maria Cutia: trupe de teatro de Belo Horizonte que pesquisa a música-em-cena, a máscara expressiva e o palhaço.
- Sons do Vale: Vídeo com imagens, pessoas e causos da cidade de Senador Modestino Gonçalves. Foi produzido por Zenólia Filmes para o projeto Sons no Vale em 2012. 


Depoimentos
"Foi lindo!!!" - segundo a professora Glaucilene, várias crianças da creche falaram isso ao contar sobre a apresentação para as funcionárias que ficaram na escola

"A oficina foi legal, divertida. Gostamos do tecido. Adoramos apresentar! Não sentimos vergonha, não. Pedro: Eu já conheço quase todo mundo aqui, da escola. Lara: Só fiquei com um pouco de medo na hora de virar pra trás, no tecido" 
- Lara, Pedro e Emanuel, trigêmeos que participaram da oficina, 9 anos.

A oficina tá sendo boa, incentivando coisas legais. Gostei do tecido, do malabarismo, da vela... Tenho treinado em casa a vela, a ponte e a abertura. A gente aprende várias coisas.
Rakely, 9 anos

Relatório - Abril de 2018
Projeto: Caravana de Artesania - Associação Pano de Roda
Comunidade: Senador Modestino Gonçalves, MG (Vale do Jequitinhonha)
Número de beneficiários atendidos: 44 participantes e 460 espectadores

Registro de ações:
De 14 a 21/04 - Oficina de Circo com as crianças - 25 participantes
Dia 21/04 - Aula aberta com as crianças - 60 espectadores
Dias 13, 14, 17, 18 e 23/04 - Oficina com os jovens e adultos - 11 participantes
Dias 17 e 19/04 - Oficina com Terceira Idade - 8 participantes
Dia 21/04 - Espetáculo "Como a gente gosta" - 280 espectadores
Dia 22/04 - Espetáculo "Na Roda" - 120 espectadores
Registro de veiculação na mídia (todos espontâneos):
Blog Ideário (agenda e relato)
Facebook (álbum de fotos)
Publicação da Prefeitura Municipal de Senador Modestino Gonçalves
Publicação da Secretaria de Estado de Cultura MG
Destaques positivos/negativos - texto acima
Parcerias: Prefeitura Municipal de Senador Modestino Gonçalves, Galpão do Produtor, PETI, Igreja Nossa Senhora do Rosário, Escola Municipal Judith Canuto e Creche Abelhinha Feliz
Registro fotográfico (fotos acima) 
Registro audiovisual (em breve)


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