Caravana de Artesania participa da Primavera Cênica em João Monlevade

De 26 a 29 de setembro, participamos do "Primavera Cênica", mostra e encontro de teatro de rua de João Monlevade, promovido pela Cia O Salto. 

O encontro contou com a participação de artistas de Belo Horizonte, Congonhas, João Monlevade, Martinho Campos, Sabará e Santos Dumont.

No dia 26/09 (quinta), aportamos na intervenção "Praça Poética". Chegamos trazendo nossas bandeiras coloridas, instrumentos e alguns versos, compartilhados com o público da praça. A ação foi registrada pelo site DeFato.

Niel e equipe de colaboradores da Cia O Salto nos deram as boas vindas.

Conversamos sobre a programação do encontro e fomos apreciar as poesias instaladas na praça. 

No dia 27/09 (sexta), participamos da apresentação do palhaço Pirulito (Júlio, de Congonhas), em uma escola pública do bairro Promorar onde já apresentamos algumas vezes. Markus e Cristiano - ou seriam os palhaços Krespo e Tchano? - acolheram o público com bastante animação!

As palhaças Biju e Ricota apresentaram um número com bambolês.

A palhaça Florência e a pequena bailarina, mãe e filha, dançaram uma música 

com delicadeza e ludicidade.

Logo em seguida, o palhaço Pirulito apresentou suas cenas, com músicas e brincadeiras.

No dia 28/09 (sábado), de manhã, os palhaços participantes do encontro se reuniram para fazer a intervenção "Pequenos Números - Grandes Cenas". Foi na Praça do Lindinho, outro local que acolhe muito bem a cultura e a arte pública. 

Após a preparação do local...

Nossa "apresuntadora" anuncia os palhaços...

...que vêem de Martinho Campos, Santos Dumont, Sabará e Belo Horizonte
diretamente para o picadeiro de João Monlevade!

E as cenas começam, com a bailarina e palhaça...  

O Caveirão, cena tradicional de circo

O Piano, cena tradicional de circo

Palhaças e seus bambolês..

Acrobacias cômicas...

Poesia e palhaçaria, onde até o orelhão virou árvore!...

O público gostou! E esta foi mais uma oportunidade de compartilhamento público do nosso encontro e de intercâmbio artístico para os artistas.

Além dos sorrisos e aplausos, houve abraço espontâneo no palhaço (em cena aberta!), agradecimentos e contribuições espontâneas no chapéu.

De tarde, o Ponto de Cultura Caravana de Artesania promoveu um Momento Reflexivo sobre produção cultural com a produtora Ana Amélia Arantes, em parceria com o encontro. 

Foi um bate papo esclarecedor, onde ficamos conhecendo, entre outros pontos:

• Formas de captação de recursos (leis de incentivo, fundos, crowdfunding, chapéu...)
• Formas de organização do ofício artístico (planejamento, produção, comunicação...)
• Importância de se cuidar dos públicos de relacionamento do grupo
• Como buscar apoio de secretários de cultura, empresas, potenciais apoiadores...
• Aspectos relacionados ao Sistema Nacional de Cultura e políticas públicas de cultura

No dia 29/09 (domingo), preparamos tudo para o cortejo e a apresentação "Uma Receita para Marceleza" na Praça da Gruta. Mas a chuva chegou bem na hora e tivemos que mudar a programação...

Fomos para o Floresta Clube, que fica bem ao lado... e lá fizemos uma roda de conversa sobre o encontro. Muitos agradecimentos e vontade de continuar as trocas! Aproveitando o embalo, Pururuca (Rogéria Lepesqueur) apresentou uma cena que está desenvolvendo.

As ações desse encontro foram preparadas com carinho e dedicação da Cia O Salto, e contaram com o apoio de pessoas da cidade. A base do encontro foi mesmo a colaboração (não houve patrocínios, nem recurso direto para a Cia O Salto). Assim, ficamos muito felizes de constatar que a generosidade de todos faz acontecer! Viva os artistas participantes, as cozinheiras voluntárias, os motoristas, familiares, amigos(as), gentil público, escolas, gestores e serventes dos locais que receberam as ações. Viva!

Parabéns a Cia O Salto: 5 anos de resistência, arte, cultura e amor!!!

Viva a festa da arte e do encontro, tecidos a muitas mãos! Viva, viva!

Acompanhe o trabalho da Cia O Salto pelo blog: http://ciateatralosalto.blogspot.com.br/

A Caravana de Artesania, ponto de cultura itinerante, colaborou com o encontro promovendo o Momento Reflexivo, compartilhando equipamentos e apoiando a participação de artistas.

Artesania Nômade: Santos Dumont - Encontro teórico

De 17 a 19 de setembro, retornamos em Santos Dumont. Destra vez, com encontro teórico sobre história do teatro com orientação de Cristina Tolentino. 

Fomos recebidos por uma exposição fotográfica com registros das ações do projeto Artesania Nômade, através dos cliques de Erik e Christian Weitzel. Os palhaços Fubá (Niel Flávio) e Godofredo (Deth Rosa) fizeram uma surpresa, chegando no encontro como palhaços. Niel faz parte da Cia O Salto de João Monlevade e Deth faz parte do Sorriso Feliz de Martinho Campos. Eles compartilharam a história dos seus grupos, os desejos e os desafios para se manter. Finalmente, fizemos uma roda de conversa sobre as perspectivas de continuidade das ações, com orientação de Cristiano Pena. 

Os encontros contaram com a participação de integrantes do Teatrama, grupo de estudos de artes cênicas de Santos Dumont e pessoas interessadas. Local: Centro Cultural Paulo de Paula. O acesso foi livre e gratuito.

Dia 17/09 (terça)

Logo na chegada, fomos recebidos pela bela exposição fotográfica, emoldurada por uma instalação cênica, com registros de todas as atividades do projeto Artesania Nômade de abril a agosto de 2013. As fotos são dos fotógrafos profissionais Erik Weitzel e Christian Weitzel, irmãos parceiros na fotografia e integrantes da AMA, associação cultural de Santos Dumont.

  
Logo após, Cristina começou sua exposição teórica sobre a história do teatro e das artes, com o recorte do "teatro ocidental". Antes, apresentou imagens de cenas teatrais....

...e nos pediu para anotar as sensações que vinham. 

Quantas! Pois é, o teatro e a arte tem essa capacidade de nos tocar, através das sensações e dos sentimentos, e assim provocar mudanças. Então, perguntou: de onde vem o teatro? quando começou? 

Alguns arriscaram a resposta: na Grécia. Ela então falou que o teatro começou muito antes, com os rituais primitivos. Baco, deus da poesia e do vinho, foi um dos Deuses ligados a origem do teatro. Os rituais eram cantados pelo coro. Um dia, uma pessoa que se destacou do coro e começou a dialogar com ele. Foi Téspis, considerado o primeiro ator. Depois, o teatro se tornou conhecido na Grécia. Os festivais reuniam várias pessoas durante vários dias e reuniam as modalidades: tragédias, dramas e comédias. Na idade média, o teatro foi primeiro combatido pela igreja e depois incorporado pela mesma. Época de autos litúrgicos nos adros das igrejas e cenas profanas nas feiras populares. No romantismo, o teatro contava uma história de amor platônico, sofrido. No renascimento, o homem se torna a medida de todas as coisas e as artes acompanham/anunciam essas características.

Dia 18/09 (quarta)

Logo no início, outra surpresa. Os palhaços Fubá (Niel Flávio) e Godofredo (Deth Rosa) adentram na sala, contando que perderam o trem e precisavam saber em que cidade estavam. Uma dica: "tem asas". "Hum, acho a cidade é Galinha de Angola..." "Não, é algo que voa bem alto". "Ah, já sei!" "Estamos em Pipa, praia de Pipa!" "Não, estamos em Santos Dumont. A cidade do inventor dos aviões!" "Puxa, não sabia que fomos tão longe!..." Rsrs...

Niel faz parte da Cia O Salto de João Monlevade e Deth faz parte do Sorriso Feliz de Martinho Campos. Ambos vieram para acompanhar as atividades do projeto e compartilhar suas experiências, como mais um momento de capacitação e intercâmbio para todos. 
Apresentações feitas, seguimos com a história do teatro contada por Cristina Tolentino.

No final do séc. XIX, guerras e uma mudança de paradigma na ciência influenciou toda a sociedade da época. Surgiram vários pensadores e diretores teatrais que se perguntavam porque o teatro ainda não tinha uma metodologia avançada como as outras artes, como a música, a dança e as artes plásticas. Começaram então a lançar as bases conceituais, conhecidas e debatidas até hoje. Conhecemos o trabalho de alguns desses pesquisadores, que dedicaram suas vidas ao teatro: Dalcroze, Stanislavski, Meyerhold, Grotowski,  Eugenio Barba e Antonin Artaud. Após intervalo para o lanche, assistimos imagens de performances e peças teatrais dirigidas por Cristina Tolentino. 

Dia 19/09 (quinta)

Começamos com o compartilhamento de experiências de grupos de estudos. Niel Flávio, integrante da Cia O Salto de João Monlevade, falou sobre sua cidade (maior que Santos Dumont), a presença da ArcelorMittal na cidade (primeira usina do país, primeira greve do país), a politização dos moradores, a origem do grupo com os companheiros Markus Câmara e Marcella Barreto (motivada por uma oficina de palhaço promovida pelo Teatro Terceira Margem), a Acordar (associação de artistas da cidade), o projeto Domingo na Praça (realizado pelo grupo com recursos próprios) e o reconhecimento pelos trabalhos da Cia através da medalha de mérito cultural. Aproveitou para convidar a todos para as comemorações de 5 anos da Cia, na semana que vem. Uma pessoa de Santos Dumont se dispôs a ir.

Depois, Deusdedit Rosa, integrante do Sorriso Feliz de Martinho Campos, contou também sua experiência. Martinho Campos é uma cidade menor que Santos Dumont, onde a economia gira em torno da plantação de eucaliptos, leite e outros. Contou que o grupo surgiu após oficinas na cidade (promovidas pelo Teatro Terceira Margem). O grupo reúne crianças, jovens e adolescentes do projeto social Corrente do Bem e pessoas interessadas. Foram contemplados no edital MicroProjetos da Bacia do Rio São Francisco e puderam comprar cenário, figurino, maquiagens, além de participar de oficinas para criação de cenas. O grupo está bastante motivado e ganhou força com o apoio dos familiares dos integrantes. 

Foram momentos de conhecer outras realidades de Minas Gerais, compartilhar desafios e soluções para seguir na caminhada como grupos de estudos teatrais.




Em seguida, Cristiano perguntou como estava a realidade do grupo de Santos Dumont. Duas situações vividas pelo grupo recentemente foram colocadas e refletidas por todos. Vimos a possibilidade de continuar com os encontros e uma agenda de encontros para o período de setembro a dezembro foi proposta. Concluímos assim o projeto, motivados para manter as relações de troca com o grupo de estudos da cidade de Santos Dumont. 

Muita arte, emoções, amizades e aprendizados fizeram parte dessa história... que continua!

Nestes dias, o Teatro Terceira Margem esteve envolvido na assessoria de dois projetos para editais públicos, um com o grupo Teatrama e AMA de Santos Dumont e outro com o Sorriso Feliz e grupos de estudos da região centro oeste de Minas. Vamos torcer pra dar certo!

Agradecemos os fotógrafos Erik e Christian Weitezel, a diretora Cristina Tolentino, os colegas Deth Rosa e Niel Flávio, a produtora local Aline Barbosa, o Ponto de Cultura Caravana de Artesania e a Prefeitura Municipal de Santos Dumont.

Caravana de Artesania é um Ponto de Cultura itinerante.