28 de junho de 2013

Teatro de Artesania LEIC-MG: Quartel Geral - Oficina


De 21 ao dia 27 de junho, o Teatro Terceira Margem e artistas convidados estiveram em Quartel Geral, centro-oeste mineiro, realizando a oficina "Teatralidade nas histórias e brincadeiras" e o Encontro Rede Comunitária para as Artes. 

Participaram da oficina o grupo de estudos teatrais da cidade "QG da Alegria" e pessoas interessadas em artes cênicas, além de visitantes de outras cidades. Também aconteceu apresentação de um espetáculo brincante musical e experimentações cênicas ligadas ao processo da oficina, abertas ao público. Confira:





# Dia 21 de junho – sexta-feira

Chegamos em Quartel Geral, ou como os quartelenses falam, chegamos no Quartel.

Júnia Bessa com o apoio de Cristiano Pena e Poliana Reis inicia o primeiro dia de oficina com uma  roda que só cresce mais e mais com a chegada dos participantes. No ritmo do “tindolelê”, Cristiano faz o tambor tocar! Em seguida traz a lira para a roda e lembra a todos as notas musicais e como são sons tão comuns em nosso dia a dia. E a roda se forma novamente para ouvirmos as histórias da cultura popular no CD de Sandra Lane, indo na memória, no imaginário de todos, inclusive de Ester, uma participante da oficina que já estudou e trabalhou com Sandra e se emocionou ao lembrar da amiga.


Poliana Reis dá sequência com a contação da história de Leonardo Boff “A águia e a galinha”. Ao final, uma grande revoada a convite de Cristiano, com todos saindo pela rua, cantando cirandas e cantigas e, claro, o tambor nos acompanhando com seu tão conhecido bater do coração!

Quantos sentimentos, quantas sensações...                  e ainda é o primeiro dia, muita coisa ainda pra vivenciar!!!...


# Dia 22 de junho - sábado

O encontro foi dividido em dois momentos. No primeiro, reunimos com o grupo de estudos da cidade, o “QG da Alegria”. Mostraram-nos fotos e vídeos das apresentações que estão realizando com os mais diversos temas: A Paixão de Cristo, Vigilância Sanitária, Tagabismo... Como afirmaram, a população tem dito que só comparecem em palestras agora se tiver o teatro. É a arte contribuindo com as demandas humanas e sociais que todo lugar possui. Falamos também sobre figurinos, maquiagens, referências de estilos teatrais e sustentabilidade. No segundo momento, mais e mais participantes foram chegando e esticando os corpos em roda.


O tambor mais uma vez marca sua presença!


A suavidade das bolinhas percorre e massageia todo o corpo. Júnia conduz um momento do sentir e ter consciência do próprio corpo. A re-união da diversidade que se faz forte e viva.


O público que se faz presente, apontando na janela pra apreciar, aparece Dona Julieta. Em serenata, todos cantam pra ela! Subindo a rua, surge ao nosso encontro uma menina em sua perna de pau. E das alturas se envolve, nos envolve e nos acompanha na “cirandeira caminhada”.
Expandindo as ações para a rua.
# Dia 23 de junho – domingo

Mais amigos surgem na cidade para a apresentação do espetáculo "Girafulô" com a Tal Cia de Teatro. Todos se preparam com aquecimentos, figurinos e maquiagens para estarem juntos colorindo a rua.


A Fanfalhaça, uma fanfarra de palhaços e palhaças, com Titetê (Cícero Silva), Tchano (Cristiano Pena), Biju (Júnia Bessa) e Ricota (Poliana Reis) toca pelas ruas junto com os participantes da oficina e alguns membros do “Sapere Arte”, grupo de estudos teatrais de Dores do Indaiá que vieram especialmente para participarem deste dia! É a convocatória, respeitável público, pois o espetáculo já vai começar!!!


Márcio Gato com sua figura do “Cochi Cheirador” surge com os músicos Ana Cristina e Sérgio Carvalho, convidando a todos para uma magnífica ciranda.


Uma “excelente maravilha”, como diz Pereira da Viola!!!


         # Dia 24 de junho – segunda-feira

Mais uma vez o toque do tambor chama todos para a roda. Brincadeiras e cirandas, histórias e cantigas fazem parte do nosso encontro. Serpenteados que aumentam a cada caminhar da serpente... que aumenta e só aumenta! E vamos aquecer alongar, ouvir e interpretar histórias!!!


Poliana segue com um momento reflexivo sobre “Identidade Cultural”, hora de lembrar de histórias do “Quartel Geral do Rio Indaiá”, local onde viveu e foi sepultado o filho do Tiradentes. Momento de se falar de religiosidade, culinária, brincadeiras, histórias... a diversidade cultural. "Cultura que é arte", como disse uma das participantes.


E passando a bola pra Cristiano, todos em roda cantam uma música de despedida. É o fim de mais um encontro que já aguarda o começo do outro.
         
     # Dia 25 de Junho –terça-feira

Todos compõem novamente a roda e aprendem uma música em tupi-guarani: “Yapo ia ia ê”. A dança lembra a força buscada pelos índios em nossa mãe terra. E seguimos com o aquecimento corporal. Vamos “lubrificando” as articulações, rolando no chão, soltando os músculos... é o equilíbrio desequilibrado, o equilíbrio em movimento.


Hora da massagem coletiva.
   Depois, aquecendo a voz, aprendendo sobre a respiração, notas e afinações. A brincadeira “Lá vem o pato”, finalizada com a conhecida música do “Pato pateta”, é um convite a todos pra soltar a voz!!

E tem também momento de leituras. Uma matéria fresquinha saiu no jornal Estado de Minas  falando sobre o projeto e a ação dos grupos de estudos teatrais surgidos em Minas Gerais. Flávia de Jesus, produtora local e atriz do grupo de estudos “QG da Alegria” foi uma das participantes citadas na entrevista. O jornal da prefeitura, um dos poucos exemplares disponíveis na cidade, foi disputado! Com o título "Teatro que transforma realidades", a matéria ficou excelente! 

E findando mais um encontro, o canto brincante “Guli guli”!


Guli guli, o canto brincante.
# Dia 26 de Junho – quarta-feira

A tarde-noite desta quarta-feira começou com a realização de maquiagens e a construção do roteiro “A arte chega à sua porta”. Cristiano Pena observou que “após a construção da maquiagem e figurinos, os integrantes multiplicam”. 
Canções foram acrescentadas ao repertório:

"Flor, minha Flor...
Flor,  vem cá
Flor, minha Flor...
La ia la ia, la iá..."

Crianças, jovens e adultos  presente na oficina seguiram pelas ruas de Quartel Geral para realizarem quatro visitas. Sim, quatro momento para colocar em prática o repertório e os ensinamentos. A primeira casa a ser visitada foi de Dona Olga, avó de Verônica, participante da oficina. Durante todo o período de visitas/intervenções, o Secretário Municipal de Cultura, Adalberto José de Alcântara, acompanhou, fotografou e se alegrou com o cortejo que seguir pelas ruas da cidade. Depois, foi a vez da casa da Dona Terezinha, que se emocionou com as canções, cores e movimentos.



Na porta da residência da Dona Olga.
Agora, na residência da Dona Terezinha.



Em seguida, fomos para a casa do Sr. José e Sra. Bia, pais do Fernando, integrante do QG da Alegria. Ali, cantamos, brincamos, movimentamos a arte e ficamos encantados, pois houve uma troca de arte. Dona Bia contou uma história apaixonante e que ficou no coração de todos.


Dona Bia, ao lado do esposo Sr. José, conta uma história para todos, na varanda de sua casa.
A noite não poderia concluir melhor. A quarta e última intervenção da noite foi para os alunos de uma autoescola. Lá estavam eles, saíram da sala de aula para acompanhar as canções, brincadeiras, narizes e risos dos paspalhos que ali estavam.


Dia 27 de junho – quinta-feira

Esse foi o último dia da oficina em Quartel Geral e foi dedicado para uma roda de conversa com o QG da Alegria. Os integrantes ativaram as novas possibilidades para construção de cenas e continuidade do grupo de estudos na cidade. Observou-se que é possível aplicar todos os ensinamentos da teatralidade para a construção de roteiros e assim expressar a arte no campo das sensações e das emoções. 



Ao final do encontro, o Teatro Terceira Margem recebeu o título de "cidadão honorário da alegria de Quartel Geral", uma singela brincadeira e homenagem do QG da Alegria. No quadro, a mensagem: 

"Os poderes constituídos do Código Municipal da Alegria de Quartel Geral, Minas Gerais, em cumprimento ao Parágrafo Primeiro da Lei Municipal da Diversão e Alegria, confere o título de cidadão honorário da Alegria. Pelos relevantes serviços de crescimento, aprimoramento, elevação de autoestima, risos, gargalhadas, alegria e imensa felicidade trazidos para esse município."


Pose para foto "oficial" da entrega do título de Cidadão Honorário da Alegria: Cristiano Pena, Júnia Bessa e Poliana Reis (Teatro Terceira Margem) Ana Lúcia Lopes (jornalista) e Fernando Menezes (QG da Alegria).
E assim, concluímos esse nosso primeiro momento de oficina em Quartel Geral. Agradecimentos a Prefeitura Municipal de Quartel Geral, Secretaria Municipal de Cultura, Salão Paroquial, QG da Alegria, Flávia Fernanda e Fernando Menezes, todos os participantes das oficinas e ao público que nos recebeu atenciosamente.


Despedida e agradecimento ao Secretário de Cultura de Quartel Geral, Adalberto José.
Na foto: Júnia Bessa, Adalberto José, Cristiano Pena e Poliana Reis.
Esta ação abrangeu no total: 25 participantes da oficina, entre crianças, jovens e adultos, com e sem experiência em artes cênicas e 350 expectadores, de todas as idades e realidades sociais.

Agradecemos os participantes, os artistas convidados, a produção local e a equipe da Setor Cultura - Prefeitura Municipal de Quartel Geral.
 
Caravana de Artesania é um Ponto de Cultura itinerante.

3 comentários: